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Publicado – 13 Agosto 2024 – 18h01
Atualizado – 13 Agosto 2024 – 18h02
O Doberman é um cachorro grande, forte e musculoso, conhecido pela aparência imponente e pelo instinto protetor aguçado. Mas uma das características mais marcantes da raça é, sem dúvidas, suas orelhas em pé. No entanto, o que muitos não sabem é que esse traço não é natural da raça.
Para que as orelhas fiquem em pé, o cachorro Doberman é submetido a um procedimento cirúrgico controverso que levantou importantes questionamentos sobre os direitos dos animais nos últimos anos. Para entender melhor o que está por trás dessa polêmica, o Patas da Casa vai te contar como é feito esse procedimento e seus principais riscos para o cachorro.
A orelha em pé do Doberman não é uma característica natural da raça
Você com certeza já reparou que as orelhas das raças de cachorro podem variar bastante em formato, tamanho e características. Tem cachorro da orelha em pé, orelha caída, orelha triangular, arredondada e por aí vai. Mas no caso do cachorro Doberman, embora muitos associam a orelha em pé como característica principal da raça, eles não são assim por natureza.
Mas então como são as orelhas do Doberman? A orelha normal dos cães dessa raça são caídas. Para chegar a essa aparência, os cães da raça precisam passar por um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de parte da orelha e o uso de bandagens para mantê-la ereta durante a cicatrização.
É importante destacar que o Doberman orelha cortada é uma prática puramente estética, ou seja, não há nenhum benefício funcional para o animal. Por essa razão, esse procedimento é considerado desnecessário e invasivo.
Quais os riscos associados a cortar a orelha do Doberman?
O procedimento cirúrgico que altera o formato natural das orelhas do Doberman é chamado de conchectomia. Ele é realizado no Doberman filhote e é considerado um procedimento perigoso e doloroso para o peludo, já que envolve a mutilação da orelha do pet.
Dentre os principais riscos envolvidos na conchectomia, podemos citar infecções, especialmente se os cuidados no pós cirúrgico não forem seguidos. Vale lembrar que a imunidade do cachorro filhote é ainda mais frágil do que a de um cachorro adulto, deixando ele mais suscetível a infecções durante a recuperação.
Esse procedimento também pode deixar o cachorro traumatizado e agressivo no futuro. Quando há problemas na cirurgia do Doberman, a orelha ainda pode ficar deformada permanentemente. Caso o corte durante o procedimento atinja algum nervo do cão, isso também pode causar danos à orelha do animal, como a perda de sensibilidade.
Por isso, o indicado é não fazer o animal passar por isso e nem contribuir com criadores que o façam. Opte sempre pelo bem-estar do cão e mantenha o Doberman sem orelha cortada.
Infelizmente, o Doberman não é a única raça que sofre com a conchectomia. Embora muitos achem que todo Pitbull tem a orelha em pé, eles também são submetidos a esse procedimento doloroso quando filhotes. Por isso, se você está em busca de cachorros com orelhas em pé, opte por raças que tenham esse traço naturalmente, como é o caso do Pastor Alemão.
Cortar a orelha do Doberman é crime!
No Brasil, a conchectomia, prática de cortar a orelha dos cães, é proibida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Essa prática é considerada crime previsto no artigo 32 da Lei de maus-tratos a animais, que proíbe abusos, ferir ou mutilar qualquer tipo de animal. A detenção para quem cometer esse crime é de três meses a um ano, além de multa.
Por isso, se você quer adotar um pet dessa raça, busque por Doberman sem orelhas cortadas. A conchectomia não traz nenhum benefício a esses peludos e ainda pode deixá-los traumatizados pelo resto da vida. Respeite a integridade física do animal e mantenha o Doberman com orelha normal.