As cenas da Escola Indiana de 1923 são os momentos mais angustiantes da série no spin-off do drama de época de Yellowstone – e o abuso horrível torna-se ainda mais difícil de assistir por ser baseado na história real. As cenas de 1923 em questão retratam o abuso físico e emocional dentro de um internato católico para jovens indígenas americanos em Montana. Eles se concentram em Teonna Rainwater, que é espancada e brutalizada por esquecer pequenos detalhes em suas aulas, por falar sua língua nativa e, aparentemente, por qualquer desculpa que a Irmã Mary possa imaginar para tentar desumanizá-la. Teonna luta contra seus opressores, provocando reações mais violentas por parte daqueles que dirigem o que na época eram chamadas de Escolas Indígenas.
Infelizmente, 1923 pinta um quadro historicamente preciso do que aconteceu dentro desses internatos. As horríveis instituições vistas em 1923 eram reais e foram fundadas por colonos ocidentais especificamente para tentar assimilar à força as comunidades indígenas deslocadas pela expansão da América para o oeste. As cenas da Escola Indiana fazem de 1923 a história mais sombria de Yellowstone, ambientada em uma época em que os casos de abuso em internatos católicos eram galopantes nos Estados Unidos e também no Canadá. As cenas de 1923 focadas nisso são perturbadoras, mas são uma parte importante da história geral.
A verdadeira história dos internatos católicos para indígenas americanos
Essas escolas forçaram brutalmente as crianças indígenas a abandonar suas tradições e cultura
As cenas e narrativas da Escola Indiana de 1923 são, tragicamente, baseadas em eventos reais que ocorreram nos Estados Unidos no início do século XX. O tratamento horrível dispensado pelo Padre Renaud e pela Irmã Mary a Teonna é baseado em relatos históricos dos chamados “internatos de índios americanos”, que ganharam popularidade pela primeira vez em meados do século XIX. Apenas uma dessas escolas foi fundada em Montana – a Fort Shaw Indian School. No entanto, quase 200 surgiram em quase 30 estados americanos desde a década de 1840, com maior concentração em estados como Oklahoma, Minnesota e Dakota do Sul.
Como visto em 1923, o objetivo das chamadas “Escolas Indígenas” era tentar assimilar os jovens indígenas na cultura branca ocidental, apagando a sua língua e identidade cultural, baptizando-os no cristianismo e substituindo os seus nomes tribais. Isso abriu caminho para o tratamento desumano das crianças indígenas americanas em diferentes gerações. Conforme explicado pela atriz que interpreta a Irmã Mary, Jennifer Ehle, em sua entrevista ao Screen Rant de 1923:
“Irmã Mary é uma pessoa que acredita, como as pessoas que dirigiam essas escolas residenciais realmente acreditavam, que era preciso ‘matar o índio para salvar o homem’. Era preciso forçar a assimilação; era preciso remover toda a identidade cultural destas crianças que tinham sido retiradas à força das suas famílias e viviam isoladas.”
Embora a maioria destes internatos tenha sido fechada ou fortemente reformada desde o final do século XX, a cultura de abuso promovida por estas instituições deixou cicatrizes permanentes na história das nações indígenas da América. Embora as cenas de abuso em 1923 sejam chocantes, Aminah Nieves (que interpreta Teonna em 1923) diz que é uma história que precisa ser abordada:
“Sim, é difícil. Mas sendo indígenas, é nosso dever contar nossas histórias e contá-las da maneira mais forte, rápida e poderosa que pudermos. É nisso que nascemos e somos contadores de histórias desde o início. Você sabe o que estou dizendo? Continuar a contar nossa história da maneira mais honesta possível é muito importante.
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1923 é baseado em uma história verdadeira?
Os Duttons fictícios existem entre a história real da proibição e as consequências da Primeira Guerra Mundial
Embora as cenas da Escola Indiana sejam assustadoras e estejam entre os momentos mais memoráveis da série, 1923 é principalmente sobre como os Dutton conduziram o Rancho Yellowstone Dutton através da era mais deprimida e difícil de Montana. Embora os personagens e as especificidades de suas histórias sejam inteiramente fictícios, o cenário se inspira muito na história americana real.
Além de retratar como crianças indígenas como Teonna foram abusadas por freiras e padres nos momentos da Escola Indígena de 1923, o programa também mostrou com bastante precisão o crescimento da pecuária em Montana em meio à Grande Depressão e à era da Lei Seca, e até mesmo os efeitos da Grande Guerra. Ambientado durante uma época em que o governo federal financiava abertamente internatos para apagar culturas indígenas inteiras, a segunda temporada de 1923 está fadada a ficar ainda mais sombria à medida que a prequela se aprofunda ainda mais na história da América na década de 1920.
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Por que a escola indiana de 1923 contextualiza Yellowstone
Thomas Rainwater é o herói de Yellowstone?
Os cruéis estabelecimentos conhecidos como Escolas Indianas em 1923 não são apenas um aspecto assustador dessa série, mas também uma importante peça de contexto para a série original de Yellowstone. Desde o primeiro episódio de Yellowstone, Thomas Rainwater tem sido um dos principais antagonistas de John Dutton. Ele quer o rancho de Yellowstone e não tem vergonha de compartilhar seu desprezo por qualquer um dos brancos que brigam pelas terras que ele mantém como pertencentes ao seu povo. Dado que John Dutton é o protagonista, é fácil ver Thomas como um vilão da série, mas pode ser que ele esteja mais perto de ser o verdadeiro herói de Yellowstone.
As cenas das chamadas Escolas Indianas em 1923 mostram que Taylor Sheridan e o programa percebem que a luta de Thomas Rainwater contra os Duttons não é tão simples quanto apenas querer terras. Baseia-se em gerações de crueldade, abuso e assassinato do seu povo pelas mãos de pessoas brancas cujos descendentes agora se queixam de outros que tentam tomar as suas terras. Sugere um possível fim de jogo para todo o universo de Yellowstone. Embora a história sempre tenha sido sobre a geração de Dutton lutando, matando e morrendo para proteger suas terras, uma mensagem final adequada seria que, para começar, nunca foi deles e o triunfo de Thomas Rainwater certamente pareceria um final adequado.
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Como Aminah Nieves e Jennifer Ehle explicam as cenas do internato de 1923
Os atores buscaram garantir a segurança durante as cenas intensas
Como era de se esperar, diante do quão angustiantes foram as cenas da chamada Escola Indiana em 1923, filmá-las foi uma experiência intensa. Aminah Nieves e Jennifer Ehles falaram sobre o processo (via Insider da TV), explicando que a primeira cena da Irmã Mary batendo em Teonna na sala de aula foi filmada no primeiro dia. Dada a intensidade da cena, o cenário foi respeitoso, com Nieves explicando que havia limites bem estabelecidos e os dois atores “ambos lidaram com isso muito bem e demos espaço um ao outro quando precisávamos”.
Os atores também falaram sobre as perspectivas de cada um de seus personagens em meio aos confrontos violentos. Nieves explicou que Teonna não gostava de machucar a Irmã Mary, mesmo que fosse uma retribuição pela crueldade da freira, dizendo que “não era uma ação que ela realmente desejava fazer, mas era uma ação que ela tinha que fazer para se salvar e todos naquela sala.” Enquanto isso, Ehles explicou que a Irmã Mary se via como uma protetora à sua maneira distorcida, pois ela realmente acreditava que esta era a melhor maneira de ajudar essas meninas, embora observe que isso ocorre porque a Irmã Mary está “cheia de intensa ignorância e danos”.
Mesmo com a natureza difícil das cenas, Nieves compartilha o orgulho que sente por poder levar essas histórias a um público maior e a importância de falar sobre isso como parte da história. Ela reconhece que é algo que afetou gerações e continuará afetando, dizendo: “É algo que vive conosco, queiramos ou não. Vai viver com nossos filhos”. Ela também expressou o sentimento de responsabilidade que teve ao trazer à luz uma história como essa, dizendo “fazer isso é nosso dever e é muito importante. Estou muito honrada por estar aqui, por contar nossas histórias”.
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Uma conexão com Teonna pode prenunciar o movimento de Thomas contra os Duttons
Teonna pode ser parente do chefe de Yellowstone, Thomas Rainwater, que lidera as Tribos Confederadas de Broken Rock na série principal de Taylor Sheridan. Notavelmente, apesar da posição de autoridade de Thomas, ele e Teonna são ambos fortemente abusados nos seus respectivos programas – embora de maneiras diferentes – o que reflecte o quão pouco mudou em termos de como o governo branco trata os indígenas americanos desde 1800. Embora tanto 1923 quanto Yellowstone pintem os Duttons como heróis pioneiros da América colonial e contemporânea, as caracterizações dos indígenas americanos em ambas as séries deixam claro quem são os verdadeiros vilões no universo de Yellowstone.
Embora os fãs de Yellowstone continuem divididos em relação às posições políticas do criador da série Taylor Sheridan, não há dúvida de que 1923 está adaptando a história sombria da América com reverência e precisão. Além disso, 1923 poderia estar configurando Teonna para ter o sobrenome Rainwater, o que significa que a série poderia, em algum momento, revelar que Teonna é um ancestral do Chefe Thomas Rainwater. Considerando o que Teonna já passou em 1923, talvez Angela Blue-Thunder estivesse plenamente justificada em advertir brutalmente o chefe de Broken Rock por não fazer tudo ao seu alcance para expulsar os invasores de seu domínio ancestral em Yellowstone.
1923
Uma continuação da série Yellowstone também criada por Taylor Sheridan, 1923 continua seguindo a família Dutton no ano de 1923. A série se passa após o show de 1883, com a família Dutton agora lidando com algumas das maiores dificuldades americanas do século, como como a era da Lei Seca, a Grande Depressão e as consequências da Primeira Guerra Mundial. Harrison Ford e Helen Mirren estrelam como Jacob Dutton e Cara Dutton, os chefes do legado Dutton.
Data de lançamento 18 de dezembro de 2022 Elenco Harrison Ford, Helen Mirren, Sebastian Roche, Michelle Randolph, James Badge Dale, Marley Shelton, Brian Geraghty, Aminah Nieves Gêneros Drama, Western Seasons 1 Escritores Taylor Sheridan Network Paramount Streaming Service(s) Paramount+ Franchise( e) Pedra Amarela