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Crítica | Pinguim

Crítica | Pinguim


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O episódio piloto de Pinguim estabelece de forma clara o tom da série: esta não é exatamente uma história sobre o Batman, mas sim um drama sobre gangsters ambientado em Gotham. Pense em Família Soprano, mas com personagens do universo da DC. Colin Farrell interpreta Oswald Cobblepot como uma espécie de Tony Soprano mancando e exibindo dentes dourados. Ele dirige um sedã roxo e, secretamente, ouve Dolly Parton. Seu ídolo é um gangster de sua infância que ajudava as pessoas e, quando morreu, foi homenageado com um desfile. Sim, um desfile.

The Penguin Credit HBO

A série lembra um pouco o que Gotham (2014-2019) tentou ser quando estreou — ou, pelo menos, o que muitos esperavam dela. Enquanto Gotham explorava a juventude de Jim Gordon e suas batalhas contra a família Falcone e vilões excêntricos, Pinguim adota uma abordagem mais sóbria e focada. Batman é mencionado apenas de forma breve, através de reportagens sobre as consequências dos atos do Charada, e isso é uma escolha acertada.

Embora tenha Colin Farrell reprisando o papel que desempenhou em Batman (2022), dirigido por Matt Reeves, e seja ambientada logo após os eventos catastróficos causados pelo Charada no final do filme, é melhor encarar Pinguim como uma versão jovem de Família Soprano do que como mais uma extensão do universo do Cavaleiro das Trevas. Batman não aparece, e todo o conflito da série — incluindo as ações de Cobblepot, agora chamado de “Oz Cobb” para afastar-se de uma caricatura — é de natureza humana.

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Com a morte de Carmine Falcone no final de Batman, Gotham enfrenta um vácuo de poder. A série acompanha a tentativa de Cobb de ascender de sua posição como um gangster intermediário, responsável por administrar um clube noturno e parte do comércio de drogas, para se tornar o principal nome do submundo. O que impulsiona essa jornada não é apenas a ambição, mas também o desejo de respeito, o que transforma Pinguim em algo muito maior do que um simples spin-off.

O primeiro passo de Cobb é eliminar Alberto, filho de Carmine e herdeiro incompetente, em uma sequência que demonstra a brutalidade emocional da série tanto quanto a violência física. A partir desse momento, fica claro que Pinguim pretende superar as expectativas dos fãs e entregar algo de alta qualidade.

Cristin Milioti interpreta Sofia, a irmã de Alberto, muito mais habilidosa e recentemente libertada de Arkham, onde passou 10 anos por uma série de assassinatos supostamente cometidos por ela. Apesar de um vínculo inicial entre Cobb e Sofia, já que ele foi seu motorista no passado e ambos compartilham o sentimento de serem subestimados, a relação rapidamente se deteriora à medida que ela começa a suspeitar de seu envolvimento na morte do irmão.

The Penguin Credit HBO

Cobb também recruta Victor (Rhenzy Feliz), um adolescente que perdeu tudo na enchente de Gotham e tenta sobreviver sozinho. Ele se torna o assistente e motorista de Cobb, e sua relação é pontuada por momentos de ternura que mostram o que Cobblepot poderia ter sido se sua vida tivesse tomado outro rumo. Essa dualidade é explorada também através de Francis (Deirdre O’Connell), a mãe mentalmente instável de Oz, que se torna uma peça crucial para entender sua origem.

A narrativa de Pinguim é ágil e envolvente, com Cobb constantemente à beira do sucesso ou da ruína. Colin Farrell, quase irreconhecível sob camadas de próteses, entrega uma atuação excepcional. Sua interpretação mantém a tensão entre o assassino implacável e o homem vulnerável que poderia ter sido diferente. São os momentos com Sofia, Victor e sua quase-namorada que revelam essas nuances e tornam sua trajetória ainda mais trágica.

Com uma trama bem construída, ação impactante e coração suficiente para cativar os fãs existentes e atrair novos, Pinguim se destaca como uma obra poderosa e envolvente. E Colin Farrell certamente estará entre os favoritos para diversas premiações.

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A minissérie está disponível no serviço de streaming da MAX. 





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