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Crítica | Não se Mexa

Crítica | Não se Mexa


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O novo filme de terror que chegou recentemente na Netflix, Não Se Mexa, ganhou especial atenção dos fãs do gênero por ser uma produção de Sam Raimi (Arraste-me Para o Inferno e Evil Dead), além de contar a intrigante premissa que parte de uma pergunta: como uma mulher conseguiria sobreviver a um assassino após ser drogada com uma droga paralisante que a impede de se mover e se comunicar?

Apesar do ponto de partida ser promissor, a resposta para essa pergunta acaba se revelando menos interessante do que o questionamento em si. Algo que não necessariamente torna o filme automaticamente ruim, mas compromete sobremaneira o engajamento de quem assiste quando o telespectador percebe que a única resposta possível é: através de muita facilitação descarada do roteiro. Porém, ao contrário do acontece, por exemplo, em Armadilha – lançado também esse ano – o filme não assume uma galhofice proposital, nem se entrega ao absurdo e insiste em uma abordagem mais realista incompatível com o tanto de liberdades e atalhos que os escritores tomam.

Durante os primeiros 50 minutos, as coisas até caminham relativamente bem e existem momentos inspirados em que a astúcia da protagonista nos faz acreditar que a despeito das circunstâncias nas quais se encontra, ela conseguiria dar a volta por cima. E inclusive o filme cria algumas possibilidades para que isso pudesse acontecer de forma satisfatória, porém desperdiça todas para enfatizar o quanto aquela situação é perigosa e o quanto ele é mau.

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Crítica | Não se Mexa 7

Nos momentos finais é que as coisas desandam de vez, o assassino é sempre muito inteligente ao lidar com todas as pessoas que cruzam o seu caminho, com exceção da mocinha que está incapacitada de falar ou se mover; mata sem escrúpulos quem preciso for, exceto – mais uma vez – quem ele passa o filme todo tentando matar; mesmo quando se encontra encurralado e sabe que precisa se livrar dela imediatamente insiste em conversar por longos minutos para que de tempo do anestésico parar de funcionar quando melhor for conveniente para o roteiro.

Se nos dois primeiros atos, os diretores conseguiram construir momentos isolados de tensão, no último jogam tudo por água abaixo com enfadonhos monólogos que parecem intermináveis, que só fazem cansar e diminuir o impacto da conclusão do filme. A sensação é de que precisaram esticar a duração para conseguirem um longa-metragem, mas não tiveram inspiração suficiente para preencher o tempo. Uma premissa curiosa que prometia trazer novas doses de frescor ao gênero, porém acabou não sendo tão bem explorada, pois seus realizadores não confiaram no potencial da própria personagem principal e ao invés de fortalece-la, preferiram enfraquecer seu algoz – apenas quando é conveniente, claro.  

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