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Existe esse costume em muitas produções nacionais de infelizmente cair na armadilha de algumas premissas comuns na televisão, que além de datadas, ao passar para as telas de cinema, a obra fica esticada e sem propósito coerente. Com tristeza esse é o caso de Férias Trocadas, filme dirigido por Bruno Barreto e com produção da Paris Filmes, o longa-metragem conta com Edmilson Filho e Klara Castanho nos papéis principais, além de Aline Campos, Matheus Costa e Carol Castro em outros papéis de destaque.
A proposta de criar uma comédia que pincela os contrastes de classes sociais é de longe algo negativo, existe muito potencial em nascer um humor interessante. A história traz Zé, vivido por Edmilson Filho, um homem da classe trabalhadora que ganha uma viagem com sua mulher e filha para um hotel na Colômbia, porém uma confusão acontece e ele troca de hotel com a família de Edu, com poder aquisitivo muito maior que Zé.
Nisso, temos uma trama que se tenta se desenrolar mostrando as duas famílias lidando com elementos do mundo da outra, a família de Edu no hotel pobre, e a família de Zé no hotel rico. Edmilson Filho e Klara Castanho tentam ao máximo dar o charme e carisma que o filme precisa, porém a obra insiste em tratar a relação da família com o mundo “rico” como situação de peixe fora d’água, o exagero não encanta, não faz rir e não convence. Por outro lado temos o lado da família de Edu que tirando o ponto que ele reacende a paixão pela sua mulher, não existe muito a se aprofundar.
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Então nos deparamos com uma obra que não tem aprofundamento de relações, não tem maravilhamento do mundo, o que resta é o elenco tentar convencer as piadas do texto, o que infelizmente não acontece. Muito do que se tenta fazer humor do filme é caras e bocas de Edmilson Filho, que tem um timing cômico muito bom mas é desperdiçado no roteiro que tem poucas piadas que se salvam.
No fim, Férias Trocadas é um filme que se propõe a nada, mas da mesma forma também não entrega nada. As atuações da dupla de protagonistas fazem o possível com o roteiro raso e desinteressado nos personagens, mas acaba que quase nenhuma entrega das piadas soa genuína. Assim os 85 minutos de filme são tão saborosos quanto um almoço sem sal.