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Beekeeper – Rede de Vingança, novo filme de ação estrelado por Jason Statham (Megatubarão), mostra como um ex-agente de uma organização clandestina chamada “Apicultores” pretende se vingar de uma empresa de phishing depois de sofrer uma tragédia pessoal devido ao fato de sua amiga ter acabado com sua própria vida após cair em um golpe.
Filmes de ação, focados na temática de vingança, vem se tornando uma especialidade na carreira de Statham. O ator já estrelou produções como Infiltrado, Redenção, Os Especialistas e muitas outras que tem esse tema como fio condutor de sua narrativa. O que encontramos nessas tramas são histórias de fundo traumático que justificam as atitudes violentas que o protagonista irá tomar contra os vilões da vez. Algo que se repete em Beekeeper, mas sem a mesma eficiência dos filmes anteriores do ator. O motivo da vingança no filme é crível e o golpe é apresentado de modo espalhafatoso, mas eficaz. Porém, a produção tenta mesclar esses elementos com outros vistos na franquia John Wick e não obtém êxito, principalmente, pela ausência de criatividade dos autores envolvidos.
O roteiro de Kurt Wimmer (Children of the Corn) além de reciclar conceitos de outros filmes de ação, insere ideias que são desenvolvidas de modo expositivo e repetitivo, o que cansa. O conceito de colmeia e sua correlação com uma agência secreta é apresentada e esmiuçado por diversos personagens, repetidas e no fim não levam a lugar nenhum. A ideia é boa, mas muito mal desenvolvida. As operações do grupo quase não são vistas na história e quando são apresentadas não soam tão ameaçadoras ou dignas de menção, como é constantemente citado no filme. A única agente apresentada na trama como representante da agência, aparece e desaparece sem deixar saudade ou causar qualquer consequência na história.
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A direção de David Ayer (Esquadrão Suicida) está interessada apenas em mostrar que sabe fazer diversos cortes ágeis e usar algumas técnicas mirabolantes para dar um ar de descolado para a história, um exemplo é a câmera voando de modo aparentemente aleatório, simulando o voo de uma abelha… Seu interesse é maior em mostrar suas habilidades, do que em contar uma boa história de ação. Com exceção das cenas de pancadaria do último ato, que são bem coreografadas e filmadas, todas as outras são mostradas repletas de cortes e fazem as cenas perderem o impacto que poderiam gerar. Os cortes feitos, não prejudicam o entendimento das cenas, mas soam desnecessárias, em especial pela presença de um ator conhecido por saber fazer cenas de luta muito bem. O uso de violência é bem dosado e empolga em alguns momentos, tendo algumas cenas bem explicitas, porém outras deixam claro que o orçamento da produção foi baixo, como por exemplo na cena em que um personagem é arrastado por um carro. Nela podemos ver claramente a presença de um manequim, o que rende um momento de pura vergonha alheia.
Parte do elenco principal está sem vontade nenhuma de atuar, jogando as falas do modo mais mecânico possível: Jason Statham e Emmy Raver-Lampman (The Umbrella Academy) são exemplo desse desinteresse, em suas cenas. Já Jeremy Irons (Casa Gucci) e Josh Hutcherson (Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim) até tentam dar algum peso para seus personagens, mas o texto pobre em ideias dificulta a missão dos atores. A construção dos personagens é simples e Statham aqui é um super-herói ultrarresistente, que em alguns momentos faz os adversários voarem com seus chutes poderosos. Algo que não soa crível com a (tentativa) de proposta apresentada.
Beekeeper – Rede de Vingança é um filme de ação que não empolga. A produção fará o espectador aprender tudo sobre abelhas e como funciona a hierarquia numa colmeia, algo que pode ser interessante pro vestibular, mas que não serve muito como entretenimento.