Quem tem pet em casa sabe que atenção nunca é demais, principalmente para que eles não se coloquem em apuros, ou acabem se machucando. Mas imprevistos podem acontecer, e nessas horas, é bom ter em mente as recomendações de quem entende do assunto.
Gustavo Augusto Keusch Albano Nogueira, médico-veterinário, mestre e professor na Universidade Municipal de São Caetano do Sul, explica que para os tutores aprenderem as técnicas necessárias para realizar os primeiros socorros, é preciso procurar um médico-veterinário.
Jamais faça procedimentos de primeiros socorros em seu animal de estimação sem a orientação de um médico-veterinário.
“A orientação de primeiros socorros para pets é responsabilidade dos veterinários, que são os profissionais qualificados para avaliar e tratar as emergências. A polícia ambiental pode atuar em casos relacionados à fauna silvestre ou em situações de maus-tratos, mas não na orientação de primeiros socorros de animais domésticos. Em emergências, deve-se recorrer primeiro ao veterinário”, comenta
Nogueira também explica o que devemos saber sobre primeiros socorros com cada uma das espécies de pets convencionais.
– Cachorro e gato: vale a pena se informar sobre como realizar técnicas de imobilização, compressão de sangramentos, e como tratar intoxicações. O uso correto de ataduras e o conhecimento sobre sinais de choque também são cruciais. É fundamental manter o pet calmo e procurar imediatamente um médico-veterinário.
– Peixes: manter a qualidade da água é o primeiro ponto crítico. Em situações de falta de oxigenação ou mudanças bruscas na temperatura da água, pode-se tentar melhorar a aeração ou ajustar a temperatura gradualmente. Não há muitos primeiros socorros diretos que possam ser aplicados a peixes.
– Pássaros: o principal é saber como manusear a ave sem causar mais estresse ou danos. Em casos de trauma, estabilizar a asa ou a pata com uma tala improvisada pode ajudar. Também é importante mantê-la aquecida e em um local tranquilo até chegar ao veterinário.
“Após os primeiros socorros, o ideal é levar o pet ao veterinário imediatamente, mesmo que ele pareça estável. O médico-veterinário pode fazer uma avaliação completa para identificar possíveis problemas internos, como fraturas, hemorragias internas ou intoxicações”, complementa o Nogueira.
Em relação a animais silvestres, Diego Muniz, médico-veterinário e doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres, relata a dificuldade em prestar socorro.
“No caso de silvestres é um pouco mais complicado. Esses animais são sensíveis e muitas vezes não demonstram sinal nenhum. E as manobras são difíceis até para um médico-veterinário que não seja especializado. Tentar qualquer primeiro socorro é muitas vezes fatal pra eles. O ideal é ligar para um veterinário especializado avisando que já está a caminho e levar o animal imediatamente”.
Prevenção
A prevenção é a melhor forma de proteger seu pet. Estar atento a perigos comuns, como objetos que possam ser ingeridos, substâncias tóxicas, plantas venenosas, e a criação de um kit de primeiros socorros para animais de estimação são boas práticas. Esse kit deve conter:
– Ataduras, gaze e esparadrapo.
– Termômetro.
– Seringas para administrar líquidos ou remédios.
– Tesoura de ponta arredondada.
– Luvas descartáveis.
– Antisséptico e pomada para ferimentos leves.