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Amon: o deus mais misterioso e poderoso do Antigo Egito

Amon: o deus mais misterioso e poderoso do Antigo Egito


Dentre os deuses egípcios, um dos mais importantes e mais conhecidos até hoje é Amon, cujo nome significa “O Oculto”, “O Invisível”. Devido a esse caráter indefinido, Amon pode ser considerado o mais misterioso dos deuses egípcios. Ele era representado de diversas formas, seja como um carneiro ou como um homem. Às vezes, como um homem com cabeça de carneiro.

Amon, a princípio, era um deus de adoração local. Mas seu culto foi ganhando importância ao longo do tempo. Associado a Rá, deus do Sol, tornou-se Amon-Rá, o “Rei dos Deuses”, patrono da cidade de Tebas e a mais poderosa divindade de todo o Antigo Egito.

Desenho de Amon feito no século XIX pelo ilustrador francês Léon-Jean-Joseph Dubois.

O significado da palavra Amon

No geral, os deuses do panteão egípcio representam coisas mais definidas, como o conhecimento (Thoth) ou a maternidade (Hator), Amon era o deus da indefinição. Seu nome significa “O Oculto” – ou seja, aquilo que não pode ser definido e que não possui uma forma palpável, e por isso era associado ao ar e ao vento. Amon representava a própria natureza misteriosa da vida.

Deus Amon representado como um carneiro em estátua da 25ª Dinastia. Museu Britânico.

Ora, se algo é tão misterioso a ponto de fugir à definição, podemos compreendê-lo de diversas formas. Esse aspecto maleável do deus Amon abriu espaço para que ele se unisse a outros deuses, incorporando seus atributos. A associação entre deuses não é um fenômeno incomum na história das mitologias.

Foi assim que surgiu o “Rei dos Deuses”: Amon-Rá.

Como Amon se tornou a divindade principal entre os egípcios

Foi por uma questão política que Amon se tornou um dos deuses mais cultuados no Antigo Egito.

A princípio, o deus Amon era um deus local. Era adorado na cidade de Tebas juntamente com sua versão feminina, Amonet. Ambos fazem parte do Ogdoad, o panteão de deuses egípcios que existia antes mesmo da formação do mundo. Faz parte desse panteão original o deus Rá, criador do mundo.

Leia também: Saiba quem é Rá, o deus Sol da mitologia egípcia

Busto do deus Amon, da 18ª Dinastia. Museu Carlsberg Glyptotek, em Copenhague.

Por volta do ano 3000 a.C., Amon não gozava de uma preferência especial por parte dos tebanos. Ao que tudo indica, o culto a Amon ganhou importância após a vitória de Amósis I contra os hicsos, que haviam invadido e assumido o controle do Baixo Egito. O faraó Amósis I foi o responsável por reconstituir a unidade do Império Egípcio no ano de 1580 a.C.

O faraó atribuiu a importante vitória sobre os hicsos aos auxílios divinos de Amon. Durante o Novo Império (que durou de 1580 a.C. a 525 a.C.), Amon conheceu seu apogeu.

Conheça Amon-Rá, o “Rei dos Deuses”

Nenhum outro deus egípcio foi tão poderoso quanto Amon-Rá, considerado uma espécie de faraó divino. Ele foi o deus mais importante da religião egípcia e em sua homenagem foram erguidos diversos monumentos luxuosos, entre os quais o famoso Templo de Karnak, o maior santuário já construído para uma divindade egípcia.

Como surgiu Amon-Rá

Foi no início do Novo Império que Amon foi associado a Rá. As qualidades do deus do Sol Rá foram incorporadas pelo deus “Oculto”. Assim, surgiu Amon-Rá, um deus tão poderoso que, em pouco tempo, se transformou na divindade mais popular do Antigo Egito.

Ao longo dos anos, o culto a Amon-Rá foi ficando tão forte que esse deus se sobressaiu em relação aos demais. Sob o reinado do faráo ‎Akhenaton (1352-1336 a.C), o Antigo Egito conheceu algo que pode ser comparado com uma religião monoteísta, quando o faraó chegou a proibir o culto a outros deuses em benefício de Amon-Rá.

Estátua de Amon-Rá no Templo de Karnak, em Luxor, no Egito.

Os poderes de Amon-Rá

São inúmeros os poderes que o indefinível Amon foi incorporando ao longo dos anos. Vejamos todas as facetas de Amon-Rá, de acordo com Joshua J. Mark, editor da Enciclopédia de História Antiga:

  1. Deus do Sol: lembremos que Rá é uma divindade solar. O Sol é um elemento criador, já que é responsável por dar a vida.
  2. Deus criador: ele não só era conhecido como o deus que criou o mundo, mas que se autocriou. Um de seus epítetos era “Amon-Rá, o Autocriado”.
  3. Deus da fertilidade: um deus criador, como Amon-Rá, é automaticamente uma divindade vinculada à fertilidade.
  4. Deus da guerra: tal como ocorreu com Rá, Amon também absorveu o poder da guerra do antigo deus Montu. Devido a essa crença, Amon-Rá era invocado com frequência durante as batalhas.
  5. Deus onipresente e terreno: outro fato interessante sobre Amon-Rá, segundo a crença, é que este deus, ao contrário de outras divindades, fazia-se presente aqui e agora. Não havia distância entre Amon-Rá e o mundo dos homens. Tal como o vento, Amon-Rá estava por toda a parte.

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