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6 virtudes e 24 forças de caráter que formam as qualidades de uma pessoa

6 virtudes e 24 forças de caráter que formam as qualidades de uma pessoa


Não faz muito tempo que a Psicologia começou a estudar os aspectos positivos da mente humana. Somente em 1998 surgiu o movimento chamado Psicologia Positiva, o qual enfoca nas potencialidades e motivações do ser humano, ao invés das patologias mentais.

Entre as bases do movimento está a identificação das características pessoais, classificando as virtudes e forças de carácter de cada um.

Classificação das Virtudes e Forças de Caráter

Os psicólogos Christopher Peterson e Martin Seligman foram os responsáveis por listar as 6 virtudes que norteiam as qualidades do ser humano:

  • Sabedoria e Conhecimento
  • Coragem
  • Humanidade
  • Justiça
  • Temperança
  • Transcendência

Como as virtudes apresentam conceitos abstratos, foram ainda classificadas as forças de caráter relacionadas com cada uma delas para servirem como caminhos para atingir essas virtudes. São elas:

1. Sabedoria e Conhecimento

Criatividade / Originalidade: talento para a inovação e criação de novas formas de pensar e fazer as coisas.

Curiosidade / Abertura ao Novo: alguém interessado em passar por novas experiências e fazer descobertas.

Pensamento Crítico: presença de um forte raciocínio analítico, tomando decisões com base em fatos.

Amor por aprendizagem: interesse em dominar novas habilidades, seja através de estudo formal ou por conta própria.

Perspectiva: a capacidade de desenvolver ideias que façam sentido para si mesmo e para os outros, sendo capaz de dar conselhos com base na sua visão de mundo e da própria experiência de vida.

2. Coragem

Bravura: valentia perante os desafios ou ameaças.

Perseverança: alguém capaz de chegar ao fim do que se começa a fazer, sem fugir dos obstáculos.

Integridade: levar a vida de forma genuína, assumindo a responsabilidade por seus próprios atos.

Entusiasmo: animação para realizar as suas atividades.

3. Humanidade

Amor: o ato de apreciar as relações próximas, principalmente quando o afeto é correspondido.

Generosidade: a capacidade de ser altruísta e prestar favores aos outros de forma voluntária.

Inteligência Social: ter empatia pelos sentimentos e modo de ser dos outros, sendo capaz também de perceber as próprias emoções.

4. Justiça

Cidadania / Lealdade: ser capaz de trabalhar em equipe, pondo os interesses do grupo antes dos seus próprios.

Igualdade: tratar todas as pessoas da mesma maneira, sem pré-julgamentos bons ou maus.

Liderança: talento para conduzir as ações de um grupo, encorajando-o e criando boas relações entre os membros.

5. Temperança

Misericórdia: pratica o perdão e a compaixão, evitando atitudes vingativas.

Humildade: não se ver como alguém melhor do que os outros.

Prudência: ter cuidado com as atitudes, sem ser impulsivo.

Autocontrole: a capacidade de controlar as suas emoções e impulsos.

6. Transcendência

Apreciação da Beleza: uma constante admiração dos encantos a vida, em todos os seus aspectos.

Gratidão: ser grato pelas coisas boas que vive.

Otimismo / Orientação ao Futuro: possuir esperanças e planos positivos para o futuro, agindo com ânimo para atingir os objetivos.

Bom Humor: alguém divertido, que faz os outros rirem e gosta de rir com eles.

Espiritualidade / Senso de Propósito: possuir uma crença em um propósito maior do que si mesmo.

O papel da Psicologia Positiva no surgimento das 6 virtudes

A Psicologia Positiva defende um olhar mais aberto para as capacidades e competências humanas. O seu objetivo é focar na busca pela felicidade.

A Psicologia Positiva surgiu principalmente como uma oposição à visão negativa da natureza humana. Assim, um grupo de psicólogos passou a questionar as próprias diretrizes e propósitos da Psicologia. Em 2005, os pesquisadores Gable e Haidt reuniram 3 motivos para o enfoque dado pela psicologia nas “fraquezas” humanas.

Em primeiro lugar, o motivo seria a necessidade de ajudar outras pessoas que estejam em sofrimento. A seguir, indicam a ocorrência da 2ª Guerra Mundial e todas as suas envolventes históricas. Por fim, apontam que as próprias teorias do estudo da Psicologia focam maioritariamente em eventos negativos que acontecem com as pessoas.

Os autores concluem que estes motivos causaram um desequilíbrio nas pesquisas psicológicas, deixando os aspectos positivos da mente saudável em segundo plano nos estudos.

Um dos fundadores deste movimento, Martin Seligman, afirma que a Psicologia Positiva tem a sua investigação sedimentada em 3 pontos-chave:

Experiência subjetiva: envolve o bem-estar, experiências positivas vividas no passado e no presente, emoções positivas e expectativas de futuro.

Características individuais: capacidade para o afeto, o perdão, a espiritualidade e o talento individual.

Papel em organizações coletivas: as virtudes cívicas, como responsabilidade e altruísmo, também na ética no trabalho.

Como surgiu o Manual de Classificação de Forças e Virtudes?

No ano 2000, foi publicado nos EUA o Manual de Estatística e Diagnóstico das Desordens Mentais (DSM) pela Associação Americana de Psiquiatria. Este manual tinha o objetivo de ajudar no diagnóstico de doenças, classificando todas as patologias mentais conhecidas até então e os seus sintomas.

No entanto para os psicólogos positivos este manual foca-se apenas no “lado escuro” da mente humana, ignorando por completo as características positivas dos indivíduos. Em 2004, Christopher Peterson e Martin Seligman elaboraram um manual contrário ao publicado pela Associação Americana de Psiquiatria chamado Valores em Ação – Manual de Classificação de Forças e Virtudes.

Neste manual foram consideradas as características cognitivas, emocionais, a forma de se relacionar com os outros e as atitudes cívicas.

Foi realizada uma larga pesquisa durante 3 anos, observando diferentes linhas de pensamento. Buscaram referências nas culturas orientais e ocidentais, na Bíblia, no Alcorão, no código Samurai, na filosofia, na política, enfim, em grandes movimentos e nomes da história da humanidade.

Observou-se ainda alguns dos aspectos relacionados à felicidade como as relações de amizade e familiares, praticar atividades de voluntariado para o próprio desenvolvimento e dos outros e boas relações no ambiente de trabalho.



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