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REVIEW | Meta Quest 3 é enfim a hora de comprar um óculos de realidade virtual?

REVIEW | Meta Quest 3 é enfim a hora de comprar um óculos de realidade virtual?

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REVIEW | Meta Quest 3 é enfim a hora de comprar um óculos de realidade virtual?
Créditos: Montagem: Bruno Pires (Adrenaline)

O Meta Quest 3 é o óculos de realidade virtual e aumentada da Meta. Ele ele conta com suporte tanto a imersão completa, colocando você inserido dentro dos apps, quanto realidade aumentada, onde você tem visão do mundo externo combinado com os apps gerados pelo óculos.

Um de seus diferenciais mais importantes é que este é um dispositivo independente. Ou seja, ele não precisa ser ligado em um computador ou um console para operar. É colocar o dispositivo no rosto e sair usando, fazendo ser muito fácil pegar o óculos e usar.

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Esse aqui já é a terceira geração do dispositivo, que começou lá em 2018 com o nome de Oculus Go. A realidade virtual já foi várias vezes apontada como o futuro da computação, e o próprio Facebook mergulhou de cabeça nessa ideia, trocando até seu nome para Meta.

Mas afinal de contas, isso aqui ainda é o futuro, ou enfim já está maduro para ser o agora? E com o Apple Vision Pro ganhando as ruas (mais do que gostaríamos), será que a proposta do Quest 3 faz sentido ou é melhor gastar bem mais na computação espacial da Apple?

Especificações principais

  • SoC: Snapdragon XR2 Gen 2
  • RAM: 8GB
  • 128GB e 512GB
  • 2x câmeras RGB com 18 PPD de passthrough (ver o mundo externo)
  • 4x sensores Infravermelho para leitura do ambiente e de gestos
  • Áudio: Caixas integradas. Conector de 3.5mm para fones e dispositivos externos
  • Ajuste de profundidade
  • Display de 2064×2208 por olho, atualização de até 120Hz
  • Campo de visão: 96º na vertical e 110º na horizontal
  • Controles Meta Quest Touch Plus incluídos
  • Wi-Fi 6E
  • LED externo indicativo de gravação
  • Peso: 515 gramas
  • Bateria: de 1.5H (produtividade) até 2.9H (consumo de multimídia). Carregamento em 2.3 horas

Toda minha análise gira em torno de uma questão central: enfim chegou o momento desse dispositivo? A realidade virtual sempre esbarrou em um monte de “poréns” que afastam os potenciais consumidores destes dispositivos. Elas passam por conforto, experiências disponíveis, barreiras sociais desse tipo de aparelho e, onde sempre dói, o custo. Cada nova geração do Oculus Quest, e depois do Meta Quest, melhoraram aspectos técnicos para ir derrubando essas barreiras. Mas chegamos enfim no ponto crítico em que você deve pendurar um negócio desses na sua cara? Vamos por partes!

Conforto do Meta Quest 3

O Meta Quest 3 pesa em torno de meio quilo, e gramas importam bastante quando você está usando um gadget na sua cara. Esse é um peso relativamente confortável, mas muita gente reclama das alças do Quest 3 por um bom motivo: ele é bem ruim mesmo.

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Oculus Go (esquerda) e a lente pancake do Meta Quest 3 (direita)

Isso faz a compra de um acessório de terceiros um “opcional obrigatório” para quem quer fazer um uso mais prolongado do gadget. Além dos acessórios da própria Meta – bem caros – dá pra aproveitar o ecossistema completo que floresceu em torno da ruindade dessas tiras do Quest 3. Eu recomendo principalmente focar em tiras com um ajuste mais parecido com o do Playstation VR, bem mais estáveis, fáceis de ajustar e confortáveis. Alguns desses acessórios até incluem bateria extra.

Um detalhe bem importante para mim e para várias pessoas é o suporte à óculos. Tem um ajuste nas laterais que aumenta o espaço interno e possibilita que você coloque o Quest mantendo seus óculos. Você também pode adquirir lentes corretivas para o Quest 3, e tornar o uso mais prático, mas ter a opção de já usar as lentes que você já tem é bem-vinda.

A nova lente tipo “pancake” de alta resolução para cada olho e alta taxa de atualização fazem uma diferença enorme no uso versus o Quest 2. O óculos é bem responsivo e traz uma imagem bastante nítida, então até mesmo na leitura das interfaces dá pra fazer um uso bem confortável do aparelho.

Algo que me agradou muito no uso do Quest 3 é o quanto ele é um dispositivo responsivo. É colocar no rosto para ele acender a tela em poucos instantes, e se você tirar, ele já entra em stand by esperando seu próximo uso. Dá para usar tanto os controles que vem com ele, o Meta Quest Touch Plus, quanto usar comandos por gesto que, não são perfeitos, mas funcionam. Ou dá para ligar outras formas de interagir, como teclados, mouses e controles.

Outro ponto forte é o áudio. Ele possui duas caixas de som com uma experiência espacial bem eficiente, ambas embarcadas no próprio óculos. Dá para por fones de mais qualidade e ligar na porta P2 disponível em uma das laterais dele mas, se você ficar no próprio sistema de som embutido nele, já vai estar bem servido.

Barreiras sociais do Meta Quest 3

Mas tem uma coisa que sempre foi incômoda na realidade virtual, que é a sensação de isolamento. Dá pra ficar desorientado dentro de um óculos de VR, e isso vai se transformando em uma agonia, eventualmente. E a evolução do passthrough do Meta Quest 3 faz diferença nessas horas.

Ele pode usar as câmeras para mostrar o mundo externo em pouco tempo. A resolução é menor do que nas imagens que a câmera grava, mas é alta o bastante para torna possível se mover tranquilamente com ele no rosto, pegar objetos e até fazer coisas cotidianas como limpar a casa.

O efeito não é perfeito. Além da resolução, locais mal iluminados vão ter bastante granulação da câmera, mas o mais estranho são as distorções que objetos próximos da lente vão trazer. É até meio hipnotizante ver o tecido do espaço tempo aparentemente se entortando porque vocês está passando a mão na frente do rosto.

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Você pode alternar entre o modo imersivo e abrir para ver o mundo exterior com apenas dois toques rápidos na lateral do óculos, um atalho que faz muita diferença quando você precisa pegar algo rapidamente, ver quem falou com você ou mesmo apaziguar uma eventual claustrofobia momentânea dentro do óculos.

Dá para interagir com as pessoas usando o óculos, entender suas expressões faciais e tudo mais, mas para elas a experiência é esquisita. Os dois problemas são a falta de contato visual, afinal neles não conseguem ver seus olhos, e a dúvida se você realmente está vendo eles, ou está imerso em outra bobagem na realidade virtual.

O Apple Vision Pro tenta resolver isso com a tela externa, criando o efeito bem esquisito de olhos criados digitalmente. Sinceramente, é um caso claro de tentar resolver com tecnologia uma questão de educação. Acha que alguém falou com você? Abre a visão externa pra confirmar. Tem mesmo, tira o óculos e responda ela, para depois voltar a usá-lo.

Experiências do Meta Quest 3

A realidade virtual do Quest tem 6 anos nas costas, então já conta com um tempo acumulado de um ecossistema com tempo de desenvolvimento. E a própria comunidade em torno da realidade virtual já é mais ampla, mesmo falando de outras plataformas, como Steam VR e Playstation VR.

Isso quer dizer que já existem games e experiências em realidade virtual para você se divertir. Não estão na maturidade que você vai ver games “triplo A” em consoles e no PC, mas já existem nomes fortes como Beat Saber, Arizona Sunshine, Lego Bricktale e até títulos mais tradicionais como Resident Evil 4 e Assassin’s Creed Nexus VR.

Um complemento e tanto para as possibilidades do Quest 3 foi a introdução do Steam Link ao óculos. Com ele, além de transmitir a tela do seu PC e trazer seu gameplay para a imersão do óculos de VR, dá até para aproveitar os games baseados em Steam VR, ou seja, dá pra mandar até um aclamado Half Life Alyx rodando do seu PC para o Quest 3.

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Além dos jogos, o Quest 3 é bem eficiente em trazer telas em realidade aumentada para você trabalhar. Dá para conectar um mouse e um teclado e sair escrevendo em telas gigantescas flutuantes, ou dá para deixar um tutorial flutuando do seu lado enquanto você faz um reparo em algo, ou monta alguma coisa, por exemplo.

No uso temos diferentes graus de eficiência. O próprio controle do Quest 3 é simplesmente fantástico, com um grau de precisão excelente e é difícil errar um comando, seja navegando pela interface, seja jogando. O controle por gestos, porém, já é um tanto mais impreciso. Dá pra navegar com ele, mas você pode precisar de mais tentativas para fazer o que queria e, se estiver em lugar mais escuro, esquece. A leitura dos gestos fica bem prejudicada.

O que o Quest 3 não foi pensado para ser usado é em deslocamento. Ele faz o reconhecimento do ambiente onde você está usando e vai encaixar as interfaces nesse espaço. Se você muda seu local, ele vai pedir para repetir o processo de mapeamento.

A lógica aqui não é sair andando com o óculos pra todo o lado e ter uma realidade aumentada constante de todos os lugares. É sobre fixar um local de uso, mapeá-lo e ter as interações dentro dele. O Apple Vision Pro na real é assim também, mas aqui o problema é que se você usar o óculos em casa, as pessoas não vão ver que você tem ele.

Custo

Agora é hora de discutir outra barreira grande para essa tecnologia: o custo. Ter uma experiência em realidade virtual de boa qualidade sempre saiu caro. Ou você precisa de um óculos de última geração combinado com um PC de alta performance, ou você precisa de um console e mais o óculos, tudo em um kit que poderia facilmente se aproximar do custo dos R$ 10 mil.

O Quest 3 não é um dispositivo barato, mas ele é bem mais alcançável que o preço que beira ao ridículo cobrado no Apple Vision Pro. Apesar de não ser vendido oficialmente no Brasil, o Quest 3 pode ser encontrado à venda próximo da casa dos R$ 4 mil reais.

Outra opção é usar o serviço de redirecionadoras, como é o caso da US Closer, que visitamos recentemente para mostrar como é que funciona esse tipo de serviço que possibilita comprar produtos que estão disponíveis apenas no exterior.

Com isso você já tem tudo que precisa para começar a usar a computação em realidade aumentada, mas é hora de resolver a grande questão desse artigo.

Agora é a hora?

Eu já uso óculos de realidade virtual faz anos, e já vi todo tipo de inconveniente. Taxas baixas de atualização, performance inconstante, parafernália de cabos para montagem e baixa qualidade na imagem. Eu consigo ver avanços em muitos desses problemas no Quest 3.

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Ele é um dispositivo muito prático de ser usado. Ele não sofre daquela preguiça que eu tinha de montar o Playstation VR ou do HP Reverb, de ficar calibrando coisas, de ficar rastreando ambiente. O Quest 3 liga assim que coloco no rosto, identifica o ambiente já rastreado ou faz o reconhecimento de um novo em segundos, então é um gadget que dá muito mais vontade de usar que implementações anteriores que já tive contato.

Ele não é perfeito, mas felizmente algumas coisas podem ser aprimoradas com acessórios. Como as baterias externas para melhorar a autonomia ou tiras mais confortáveis para uso prolongado. Ainda há espaço para aumentar a resolução e a qualidade da visão do mundo externo de dentro dele, mas isso também pode ser aprimorado de forma imbatível através do simples ato de, de tempos em tempos, tirar esse gadget da sua cara.

O Meta Quest 3 enfim resolve os fundamentos para ter um bom gadget de realidade virtual. É rápido de ligar, fácil de usar e traz uma boa qualidade na experiência.

Considerando as experiências que tive em ações que vão desde consumir mídias, navegar na internet, escrever nele e jogar, eu acho o Quest 3 uma recomendação fácil para entrar na realidade virtual e aumentada. A tecnologia amadureceu o suficiente para que esse gadget seja tão prático quanto pegar seu smartphone e dar uma olhada na timeline.

E seu potencial de imersão e entretenimento o tornam diferente o suficiente para justificar sua existência. Se você está cogitando começar no VR, pegou o timming certo como Meta Quest 3.

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