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Mesmo que você não se considere uma pessoa religiosa, provavelmente já ouviu a palavra ‘leviatã’, o que a Bíblia chama de monstro dos mares. Ele também aparece como monstro na mitologia fenícia. Na literatura, Herman Melville faz do leviatã um dos grandes medos em seu livro épico Moby Dick. Mas neste artigo nós falaremos de um monstro real, com provas científicas de sua existência, e que por sua ferocidade e tamanho descomunal recebe um nome derivado de leviatã, o Livyatan Melvillei – o grande monstro pré-histórico. Vamos conhecer? Aproveite a leitura e divirta-se!
Descoberta
Restos fósseis de uma imensa criatura marinha foram encontrados em 2008, próximo de Ica, no Peru. A descoberta foi feita pelo pesquisador do Instituto Real Belga de Ciências Naturais, Olivier Lambert e ele encontrou partes preservadas do crânio, com mandíbula e dentes de 36 centímetros. Posteriormente, em 2010, ele nomeou a espécie como Livyatan Melvillei, fazendo referência ao monstro bíblico e da mitologia e homenageando o escritor de Mobi Dick, Herman Melvillei.
Aparência
O Livyatan Melvillei é um tipo extinto de cetáceo, ou o que podemos chamar de “baleia com dentes”. Essa criatura, muito parecida com a baleia cachalote atual podia chegar a medir 17,5 metros e a pesar cerca de 40 toneladas. Um dente deste animal foi encontrado na Austrália, perto de Melbourne, em 2016 e media 30 centímetros, maior inclusive que os dentes do Megalodonte.
Seu crânio mede cerca de 3 metros, e é a única parte já encontrada pelos paleontólogos e pesquisadores. Em vista disso, é impossível afirmar com exatidão as características físicas do restante do corpo, porém, é possível afirmar que o animal é um dos primeiros ancestrais do cachalote (Physeter macrocephalus). Uma das principais diferenças com o cachalote moderno é que ele possuía dentes profundamente enraizados e maciços na parte superior da mandíbula, além de um focinho largo e curto. Já o cachalote da nossa era tem focinho não tão largo, porém, bastante comprido, além de não ter dentes superiores.
Alimentação
Ao contrário do que muitas baleias fazem, o Livyatan Melvillei não se alimentava de plâncton, mas de carne de outras baleias menores, golfinhos e focas. Esta criatura dominava a cadeia alimentar da época, junto com o também gigantesco tubarão pré-histórico Megalodonte. À título de comparação, um dente de Megalodonte tinha cerca de 18 centímetros contra os mais de 30 centímetros do dente do Livyatan.
Quando viveu e extinção
Este parente pré-histórico do cachalote, o Livyatan Melvillei, viveu na época Miocena, aproximadamente 9 a 13 milhões de anos atrás, no sudoeste do Oceano Pacífico. Devido a ínfima quantidade de fósseis encontradas até o momento, não se sabe precisamente por quanto tempo ele ainda sobreviveu após o período Miocênico. Especula-se que ele foi extinto devido a diminuição de seus alimentos (baleias menores, golfinhos e focas) em decorrência de mudanças climáticas nos oceanos.
Ecolocalização
A ecolocalização funciona da seguinte forma: os animais emitem sons de alta frequência, não perceptíveis aos humanos, esses sons “batem” em presas ou outros obstáculos e produzem um eco que será percebido pelo animal que os emitiu. Dessa forma, esses animais conseguem traçar uma espécie de mapa e perceber o ambiente em que estão. É assim que os golfinhos e as orcas se localizam, por exemplo, usando a ecolocalização (ou biossonar).
O crânio fóssil descoberto por Lambert, em 2008, possui uma bacia curva no topo, o que sugere que o Livyatan Melvillei possuía o órgão do espermacete e que, assim como seus parentes cetáceos modernos, também o usava para a ecolocalização e comunicação. Pesquisadores e especialistas sugerem que o cachalote pré-histórico possa ter utilizado o órgão espermacético para controle de seus mergulhos profundos, flutuação e amortecedor nas disputas de cabeçadas entre machos da espécie.
Local da descoberta
O deserto costeiro de Pisco-Ica, no Peru, a cerca de 300km ao sul de Lima, é seco, desprovido de vegetação e “uma área fantástica para encontrar animais do Mioceno”, diz Lambert. “A diversidade de fósseis é enorme.” Durante o Mioceno (23 milhões a 5 milhões de anos atrás), a área era uma lagoa rasa. “Quando uma carcaça de vertebrado caiu no fundo, foi parcialmente enterrada em sedimentos espessos e rapidamente coberta por diatomáceas. O enterro rápido é excelente para preservação; existem até algumas baleias com barbatanas preservadas; esse é um grau de preservação muito raro.”
Curiosidades
# Nome
Quando o Livyatan Melvillei foi descoberto ele foi nomeado apenas Leviathan. No entanto, este nome já existia e fora dado a outro animal, um mastodonte, descrito por Albert Kock, em 1841. De acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (sigla em inglês ICZN) a homonímia não é permitida, ou seja, mais de um gênero, da mesma espécie ou não, com o mesmo nome. Quando isso acontece, o segundo torna-se inválido. E foi assim então que o Leviathan passou a se chamar Livyatan (grafia modificada de leviathan) Melvillei (sobrenome do autor do livro Mobi Dick).
# Tamanho
A boca do Livyatan Melvillei mede um metro e oitenta centímetros de comprimento e aproximadamente um metro e meio de largura. Isso são três vezes o tamanho da boca de uma Orca. Para este cachalote pré-histórico, abocanhar um ser humano não seria problema algum. Sua boca também é grande o bastante para caber a cabeça inteira de um Tiranossauro rex.
Conclusão
Há muito ainda para se aprender a respeito do mundo pré-histórico, sua fauna e flora, e com o Livyatan Melvillei não é diferente. Existem pouquíssimos fósseis encontrados e, por isso, poucas evidências de seu comportamento e vida. A Paleontologia é incansável e sabemos que jamais desistirá da sua busca por novos espécimes, novos fósseis e novas descobertas. Sendo assim, ficamos na torcida para que em breve possamos saber mais sobre esse assombroso monstro dos mares.
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