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Na última quinta-feira (05/09), os fãs da banda Linkin Park foram surpreendidos com a notícia de que o grupo está voltando aos palcos, com nova turnê e um novo álbum – tendo sido lançado uma previa com a musica The Empitiness Machine. Mas desta vez com novos integrantes e a promessa de marcar uma nova geração. O anúncio, que foi recebido com um misto de entusiasmo e cautela, marca o fim de um longo período de silêncio desde a trágica morte do vocalista Chester Bennington, em 2017.
A perda de Chester deixou uma lacuna profunda não apenas na música, mas também entre os próprios membros da banda. Além de colegas de trabalho, eles eram uma verdadeira família, e a morte do vocalista os desestabilizou de forma irreparável. Mike Shinoda, cofundador e um dos pilares do Linkin Park, chegou a lançar um álbum solo, Post Traumatic, que explorava seu luto e a tentativa de seguir em frente. Outros membros, como Brad Delson e Joe Hahn, se distanciaram do cenário musical, absorvendo o impacto emocional de perder um amigo tão próximo.
Por anos, os fãs mantiveram viva a memória da banda através de playlists, homenagens e o constante replay de sucessos como In the End e Numb. Eu mesmo, caro leitor, sou um grande fã da banda e, todos os anos, Linkin Park aparece como o mais ouvido nas minhas plataformas. É impossível abandonar uma banda tão marcante quanto essa, o que me faz refletir sobre como, ao longo de séculos da história da arte, sempre tivemos marcos. Obras que, de alguma forma, conquistaram seu lugar nos livros de história. Seja na arte clássica com mestres como Caravaggio e Da Vinci, no cinema com Hitchcock e Ozu, ou na música com Linkin Park.
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Diante disso, pondero sobre a ideia de que toda arte reflete seu tempo, onde cada pedaço dessa história conta algo sobre o seu próprio momento. Se olharmos para o início do novo milênio, mais especificamente para o rock dos anos 2000, encontramos em Linkin Park (talvez) o título de banda mais disruptiva do seu tempo. Uma banda que retorna ao clássico do rock ao resgatar o estilo épico com seus instrumentais pesados e potentes, caminhando em direção ao diferente, ao mesmo tempo que é moderna e mainstream, incorporando muitos elementos da contemporaneidade, mesclando ritmos e estilos. Refletir sobre isso esclarece os motivos pelos quais a banda fez tanto sucesso e conquistou tantos jovens e adolescentes — assim como eu fui fisgado.
Entretanto, pouco se falava sobre o futuro do Linkin Park. O sentimento geral era de que o grupo havia encerrado um ciclo com a partida de Chester. E que partida… Com sua morte, uma parte de todos os fãs se foi junto com ele. Uma ferida que, por vezes, ainda sangra; uma saudade não apenas de um artista formidável, com uma voz angelical, um grito demoníaco e uma presença estelar, mas também de um homem, com seus amores, desejos, falhas, sucessos, carisma e dor.
Até que, de forma inesperada, a banda começou a se reorganizar, abrindo caminho para a possibilidade de um novo capítulo. E é aí que surge Emily Armstrong. A escolha de Emily, vocalista da banda Dead Sara, para ocupar o posto deixado por Chester foi um dos pontos mais debatidos entre fãs e críticos. Armstrong tem uma presença vocal poderosa, carregada de intensidade e emoção — características essenciais para quem assumiria o legado de Bennington. Embora seja difícil comparar qualquer artista a Chester, a banda parece ter encontrado em Emily alguém capaz de trazer uma nova energia ao palco, sem perder a essência marcante que sempre foi o coração do Linkin Park.
O retorno do Linkin Park, no entanto, levanta questões inevitáveis: até que ponto esse renascimento preserva a autenticidade da banda? Será que os fãs antigos vão abraçar essa nova formação com o mesmo fervor, ou o peso da ausência de Chester ainda será um obstáculo? É verdade que Chester é insubstituível e único — não haverá um novo Chester Bennington, e nem queremos que exista. Mas acredito que este é o momento do NOVO, de abraçar, experimentar e seguir o seu legado. Tenho certeza de que ele está feliz com essa decisão, onde quer que ele descanse. Que sejamos pacientes com Emily Armstrong, que ela possa aliviar esse peso e construir sua própria história dentro do Linkin Park.