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Crítica | Urubus

Crítica | Urubus

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Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando Trinchas conhece Valéria, uma estudante de arte, seus mundos colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo. A partir de então, a pichação ocupa seu lugar no mundo da arte e o bando de jovens invisíveis de periferia se transforma em protagonista de um polêmico debate cultural. Essa é a sinopse do espetacular filme Urubus do diretor Claudio Borrelli (Pixadores).

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Crítica | Urubus 11

A produção nacional constrói sua narrativa a partir do caos visual e idas e vindas de sua história. A opção por esse tipo de edição e montagem, consegue construir um clima de tensão e aprofundar bem os personagens, que são pra lá de reais. Para nos conduzir por esse mundo invisível e repleto de preconceitos (da sociedade em relação aos pichadores) temos a personagem de Bella Camero (Lov3), em mais uma excelente atuação, que representa o espectador em todo o caminho percorrido pela trama. A análise feita por Borrelli é quase que documental, dando aos atores tempo para que eles interpretem sua realidade de modo brilhante nas cena. Do elenco de não atores, os grandes destaques são: Gustavo Garcez, que na vida real é pichador e consegue em sua interpretação mostrar a sua própria realidade e Bruno Santaella, que serve como antagonista aos ideais do personagem de Garcez.

O foco da produção não é apenas mostrar os bastidores da invasão a bienal, mas sim de mostrar o que motiva o grupo, como acontecem suas ações e as consequências das mesmas na vida desse grupo de amigos, que tem a pichação como um estilo de vida. Esse estilo é retratado nos ambientes onde a trama se passa, na estilizada iluminação e até na poderosa trilha sonora, que agrega muito nas cenas apresentadas.

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Cena do filme “Urubus” – Crédito: Divulgação/O2 Play

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A discussão sobre pichação é uma expressões gráfica (arte) ou crime acaba ficando em segundo plano e deixada para que o espectador decida após conhecer os personagens. Algo que é ruim, pois a trama poderia explorar melhor esse dilema. Mas não é nada que atrapalhe a experiência.

Urubus é um excelente filme nacional, que aborda a visão dos pichadores sobre a sociedade que os cerca. É raro ver o cinema dar destaque a quem é excluído. Assista e conheça o outro lado da realidade nacional.



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