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Crítica | Clube dos Vândalos

Crítica | Clube dos Vândalos


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No espaço de apenas uma década, um motoclube do Meio-Oeste dos Estados Unidos deixa de ser um ponto de encontro para desajustados locais e se transforma em um lugar sinistro, ameaçando o modo de vida do grupo original. Essa é a sinopse oficial de Clube dos Vândalos, novo filme do diretor Jeff Nichols (O Abrigo).

Nichols atua como diretor e roteirista de um filme que promete destrinchar a cultura das gangues de motociclistas dos anos 60, enquanto faz um estudo sobre a sociedade americana. Infelizmente, essa proposta/ideia fica apenas na teoria e Clube dos Vândalos faz tudo que foi citado de modo superficial. A ideia de mostrar analisar a gangue de pilotos é inspirada no livro homônimo de Danny Lyon e mostra a origem de um grupo ficcional. As escolhas feitas por Nichols tem altos e baixos. A narrativa é focada no personagem vivido por Austin Butler (Elvis), um homem de poucas palavras e que vive para andar de moto. O ponto alto da escolha de Butler é que o ator fica excelente andando de motocicleta e o visual do ator combina muito com a época retratada. Mas Butler não tem função narrativa, é difícil se importar com um personagem que se pouco sabe e que pouco faz na trama. Com isso, a responsabilidade de carregar a trama fica para Tom Hardy (Venom), em uma excelente atuação e para Jodie Comer (Free Guy). Os personagens da dupla, são melhores desenvolvidos e tem seu passado e motivações exploradas, o que ajuda a entender a origem do grupo e como ele com o tempo mudou.

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Austin Butler as Benny in director Jeff Nichols’ THE BIKERIDERS. Credit: Courtesy of Focus Features. © 2023 Focus Features. All Rights Reserved.

A narrativa escolhida pelo roteiro conta com uma narração em off, que atrapalha mais do que ajuda. Muitas coisas são detalhadas em excesso: desde do sentimento dos personagens em determinados momentos da trama, até a função deles na história são apresentados em uma narrativa que apenas amontoa informações que poderiam ser facilmente interpretadas ou sentidas pelo público. A escolha de Nichols em usar essa metodologia para contar a sua história, faz com que o espectador tenha tudo mastigado e acabe não se interessando em tirar suas próprias conclusões. Outro narrativo é que, a trama está recheada de personagens que não agregam muito. Diversos atores de calibre estão no elenco apenas para uma participação curta ou para proferir frases que não agregam em nada.

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Se na história, aqui e ali a produção derrapa, o mesmo não se pode falar da parte técnica que é impecável! A trilha sonora é um ingrediente a mais nesta jornada. As canções executadas cena após cena dão autenticidade ao que vemos. Os locais da época, cenários e figurinos vistos são perfeitos e o design de produção deve (e merece) uma indicação ao Oscar. Tudo relacionado a década de 60 é reproduzido com perfeição. A fotografia é outro destaque, a filmagem usa bastante planos médios e closes nas expressões dos atores, afim de destacar seu talentoso elenco e as filmagens do elenco em suas motos geram planos de tirar o fôlego.

Clube dos Vândalos é um passeio numa estrada perigosa e com destino incerto, que possui uma vista ESPETACULAR! Assista ao filme e curta o passeio de duas horas guiado por Jeff Nichols.





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