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Crítica | Chabadabadá – A Dramédia dá o tom do Universo Masculino em Série com Matheus Nachtergaele

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O homem, assim como a mulher, é um ser frágil. Todos nós levantamos nossos muros de proteção, mas, por dentro, possuímos armadilhas, gatilhos, ativações que podem despertar a qualquer momento e mostrar um lado nosso mais vulnerável, o qual lutamos fortemente para manter íntegro a maior parte do tempo. Essa imagem de dureza é especialmente requisitada socialmente aos homens, a quem o choro é algo proibido. Ou será que não? E o que acontece quando essa represa masculina de sentimentos se rompe, para onde vão as emoções? Esse é o mote de ‘Chabadabadá’, nova série brasileira em parceria entre o Canal Brasil e a Globoplay, que estreou no último final de semana.

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Quincas (Matheus Nachtergaele) está confortável na sua vidinha mediana. Colunista comportamental em um jornal, recebe seu salário, passa todas as noites num bar, certo de que todos os dias sua companheira, Rita (Lalá Vieira), estará esperando-o na cama, com a casa limpa e o cachorro deles, alimentado. Porém, certa manhã, Quincas acorda de uma ressaca e percebe que Rita não está. Pior: ela o abandonara. Incrédulo e perdido, Quinca não sabe o que fazer, o que sentir, e ainda com um cachorro a quem não sabe cuidar. Em busca de um novo rumo, ele começa a se envolver com Joana (Hermila Guedes), veterinária de Bombom, e a conversar com Mafê (Aura do Nascimento), com quem troca confidências on-line.

Dividida em seis episódios com menos de trinta minutos cada, ‘Chabadabadá’ captura a essência das ideias de Xico Sá, autor do livro homônimo no qual a série se inspira. Mais além, uma vez que o subtítulo do livro é “aventuras e desventuras do macho perdido e da fêmea que se acha”, tanto no bom sentido quanto no duplo sentido.

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A trama se desenrola pelas ruas do Recife, o que traz certo frescor aos olhos do espectador. A produção inclui atores locais para personagens que entram no enredo ao longo dos episódios, iluminando talentos da terrinha que se destacam devido às confusões em que se metem, como Mohana Uchôa e Aura do Nascimento.

Na contramão do que se anda produzindo, ‘Chabadabadá’ centra sua história no núcleo de um protagonista masculino e masculinizado, e que, mesmo diante do abandono por sua companheira, vai procurar seu conforto em um outro relacionamento, no qual entra por luxúria e que só ao fim encontra algo de retentor. Aliás as personagens femininas todas têm suas vidas atravessadas por atitudes machistas, que direta e indiretamente fazem com que elas sejam ultrapassadas de alguma forma e que acabem se conformando a contragosto com o ponto em que chegam em suas vidas.

Não deixe de assistir:

Dirigido por Tuca Siqueira e Júlia Moraes e com uma boa fotografia, ‘Chabadabadá’ mostra o quão frágil é a fortaleza masculina, apesar dos esforços sociais para se provar o contrário. Com humor e ironia, vai descamando a dramédia que é a vida desse protagonista que se enraizou no centro do seu próprio mundo, incapaz de enxergar o entorno, para ilustrar a masculinidade e o machismo em suas diferentes formas.

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