Ter uma rotina diária bem estabelecida dá para as crianças sensação de segurança e as ajudam a compreender suas próprias necessidades. Veja dicas para uma rotina tranquila com os filhos!
Importância da rotina diária para as crianças
Durante a infância, as crianças estão começando a conhecer o mundo. Desde o seu nascimento, elas vivem grandes mudanças e constantemente estão entrando em contato com coisas novas: lugares, pessoas, sentimentos…
Assim como nós adultos, os pequenos também enfrentam o medo humano daquilo que é desconhecido. Ao mesmo tempo em que o contato com novidades estimula o desenvolvimento infantil, isso também é um fator estressante para as crianças. Esse é um dos principais motivos que tornam a rotina familiar tão importante para elas: quando as novidades são apresentadas no contexto de uma rotina diária que já é conhecida e previsível, isso faz com que os pequenos se sintam seguros e consigam enfrentar mais tranquilamente os desafios de seu dia a dia – mesmo que isso seja comer um novo vegetal! Além disso, a rotina na infância ajuda a criança a internalizar hábitos saudáveis que levará para o resto da sua vida.
Principais dificuldades na rotina com os filhos
Cada família é única, mas muitas dificuldades comuns são enfrentadas pela maioria dos pais e mães na rotina com os filhos. A psicóloga Daniela Favaro trabalha há 25 anos com psicologia do desenvolvimento e explica que não são apenas as crianças que precisam de uma fase de transição para se acostumar a rotinas e hábitos.
“Rotina significa pensar em regularidades de horários e sequências de ações. Quando uma criança chega a uma família, nos primeiros anos, toda a rotina diária da casa passa a girar em torno do pequeno. Cadenciar sono e vigília, amamentar, distinguir choros de fome, de dor, de colo… Passamos a construir nesta rotina momentos que desenvolvem hábitos para o bebê, fundamentais para as necessidades de repouso e para seu desenvolvimento. Quando essas rotinas não são bem estruturadas ou quando chegamos em fases de transição, acaba gerando muito desgaste e angústia nos pais.”, explica Daniela.
Para a especialista, algumas das situações mais difíceis para os pais costumam ser quando a criança não dorme bem, tem dificuldade na transição alimentar, passa pelo desfralde, deixa de usar a mamadeira ou a chupeta. “Tudo o que é novo, de certa forma, nos ‘desorganiza’. A família toda tem que passar por transições para novas rotinas e hábitos, e com o tempo vai se adaptar e curtir as mudanças.”, defende ela.
Para ajudar as famílias nos desafios mais comuns na rotina diária com os filhos pequenos, pedimos à psicóloga dicas valiosas para uma rotina mais tranquila e saudável. Leia a entrevista completa abaixo!
Dentro da História: Como as famílias podem melhorar a rotina de sono para a criança dormir melhor?
Daniela: Criar a rotina de sono desde bebê é importante. Dar um banho morno na criança, amamentar calma e com baixa luminosidade. Criar um ambiente sem ruídos (como som da Televisão e conversas) também ajuda, pois a partir dos seis meses o bebê quer estar onde tenha interação. Então, a casa precisa se aquietar.
Entre 6 meses e 1 ano, se a criança acordou no meio da noite, costumo dar uma dica simples: sem acender as luzes da casa, leve-a no colo até a janela e mostre que está escuro. Fale que os bichinhos estão dormindo: o passarinho, o cachorro, o gato… Não tem sol, então é hora de dormir.
Mesmo que tenha um choro, uma manha, busque acalmar fazendo uma nova rotina. Verificar a fralda, dar um banho morno se estiver muito calor, amamentar, ninar, assim como faz antes de dormir. A criança, ao associar essas rotinas e o fato de o ambiente estar escuro, aos poucos vai compreender que é o momento de dormir e será um processo cada vez mais rápido.
Dentro da História: Você também mencionou a questão da alimentação. Como incentivar as crianças a se alimentarem de forma saudável no dia a dia?
Daniela: Em determinado momento do desenvolvimento infantil, a criança inicia uma seletividade que, se não percebida a tempo, pode gerar grave restrição alimentar. Por exemplo, ela olha para uma cenoura e não quer comer: “Não gosto!”. Muitos pais já passam a nunca mais colocar cenoura no prato do filho, mas isso colabora com a restrição alimentar. Em vez disso, uma postura melhor seria dizer: “Tudo bem… pode deixar no cantinho do prato, hoje não precisa comer. Sabia que na sua idade eu também não gostava? Mas um dia experimentei e passei a gostar?”. Utilizei este recurso com meus dois filhos e meu caçula, entre 4 e 6 anos, quando via salada de rúcula, dizia: “Eu AINDA não gosto deste”. Ou seja, já estava entendido que um dia experimentaria. O importante é mostrar para a criança que nossos comportamentos mudam, hoje pode não gostar mas no futuro você pode gostar.
Outra brincadeira que adotei para este convite a experimentar: quando a criança olha e diz que não gosta, o adulto pode responder: “Mas… quem sente o gosto? O olho, ou a língua?”. Assim incentivamos a criança a pensar que não podemos afirmar não gostar, se não experimentamos.
Outra dica é oferecer pratos coloridos que são mais atrativos, e criar lanchinhos lúdicos – com carinhas e boquinhas, por exemplo, que são divertidos para os pequenos.
Dentro da História: E sobre o momento do banho e da higiene, quais hábitos podem ajudar?
Daniela: Geralmente as famílias possuem duas queixas sobre essa rotina diária: é difícil levar a criança para o banho, e depois é difícil tirá-la. Para tornar o banho atrativo, levamos brinquedos e então a criança não quer sair, nem tomar o banho de fato. Associar os elementos lúdicos diretamente à importância da higiene e às etapas do banho pode ajudar. Neste ponto o livro Galinha Pintadinha – Hora do Banho inspira os pais a adicionarem outros elementos na rotina, sempre com imaginação e fantasia, que possam convidar o pequeno a interiorizar os passos deste momento de higiene.
Dentro da História: Como os livros podem ajudar as crianças a se adaptarem às rotinas, facilitando o dia a dia dos pais?
Daniela: Principalmente na fase até os 6 anos de idade, para as crianças o mundo é uma grande brincadeira, onde fantasias e imaginação se misturam com os fatos externos. O pensamento infantil se baseia em três elementos básicos: as experiências vividas, a sua imaginação e as histórias que conhece.
Por exemplo: uma criança começou a frequentar a escola e ao final do ano, quer continuar com a mesma professora, na mesma sala, com os mesmos amigos. Nós, adultos, não podemos garantir que a rotina dos pequenos nunca mude. Então, como ajudar? Os pais podem contar uma história de quando tinham a idade do filho e tiveram um medo parecido, mas que depois ao vivenciar a mudança, ficou tudo bem. Neste exemplo, a criança aprende a partir da história que todos possuem medo frente a algo novo, mas precisamos experimentar para depois vermos o que foi bom.
Por esse potencial das histórias somado aos recursos lúdicos que incentivam também a imaginação, os livros infantis são preciosos recursos para a comunicação com os pequenos, ajudando-os a compreender os porquês do seu dia a dia.
Quando encontramos livros infantis que ajudam a ilustrar tensões na rotina, e apresentam com imaginação diferentes soluções e possibilidades, sempre contamos com um recurso precioso de apoio no desenvolvimento de hábitos e rotinas.
Educar significa levar o outro a refletir para estabelecer novas compreensões. O desenvolvimento infantil precisa do exercício de expressão ao relatar, recontar e narrar histórias. Nestas narrativas a criança elabora sua relação com o mundo, os fatos e eventos, com as pessoas. Os livros ajudam muito pela ludicidade e somam nesse processo.
Dentro da História: No caso dos livros personalizados, o fato de a criança reconhecer o seu nome e suas características físicas ajuda a se conectar e aprender mais com a história?
A personalização foi o que mais me encantou quando conheci a Dentro da História. O potencial do livro personalizado, onde a criança se reconhece agente da história, tem um efeito maravilhoso, justamente pelos elementos do sincretismo infantil: experiências vividas, imaginação e elementos de histórias que conhece. Se já obtemos efeitos ótimos com livros infantis na ludoterapia e orientação a pais e escolas, o livro personalizado agrega muito valor aos fatores essenciais no desenvolvimento infantil. Gostaria muito que já existisse quando tive meus filhos!
Sobre a entrevistada:
Daniela Medeiros Fuschini Favaro é psicóloga com especialização em educação. Docente de pós graduação do IECVF de Ribeirão Preto – SP, há 25 anos trabalha com psicologia do desenvolvimento levando reflexão para formação humana em escolas, projetos sociais, formação de voluntariado e na clínica CICLOS – Espaço Terapêutico, desde 2007 com atendimentos em orientação profissional e psicoterapia. Acredita que o espaço de compreensão sobre as fases de desenvolvimento multiplica pessoas autônomas e plenas para sua ação no mundo.
Livros personalizados que ajudam na rotina
A Coleção Mini Momentos da Dentro da História foi criada pensando nas famílias e nos desafios do dia a dia. Com o objetivo de servir de apoio para as tarefas da rotina diária, as histórias trazem o lado lúdico e divertido para a hora do banho, do sono e da alimentação!
E quem melhor que a Galinha Pintadinha Mini para acompanhar nessa jornada? Unindo brincadeira e música, o universo pintadinho convida os pequenos a transformar esses momentos em diversão e aprendizado!
Experimente criar os livros personalizados do seu pequeno com a Galinha Pintadinha Mini!