Como é ser pai na vida real? Entrevista exclusiva de Dia dos Pais

Ser pai no dia a dia, vivendo os desafios e alegrias da paternidade é muito diferente de tudo o que se ouve por aí, afinal, cada família é única. Assim, construir uma relação saudável entre pais e filhos é uma tarefa diária e de constantes aprendizados, que demanda dos papais muita paciência, presença ativa e uma pitada de diversão.

Esse vínculo tão especial e único, que começa desde a descoberta da gravidez e vai preenchendo até transbordar de amor no momento em que o papai segura o filho pela primeira vez, também não conta com um manual de instrução ou tutorial. É na prática que as descobertas e as maiores aventuras começam.

Paternidade real

Para descobrir como é ser pai na vida real, batemos um papo com dois papais do time da Dentro da História: o Fábio, que é pai do Arthur de 5 anos, e o Leandro, pai do Caetano, de seis meses. Confira a entrevista especial de Dia dos Pais!

Qual foi seu primeiro pensamento quando soube que ia ser pai?

Fábio: Numa tarde chuvosa no escritório, recebo uma foto do exame de gravidez que minha esposa me enviou. Ali me bateu um orgulho, uma sensação de conquista, de realização. Nasceu um pai naquele exato momento. Não tive insegurança, foi zero medo. Já queria sair ligando pra família inteira e dar as boas notícias. É indescritível!

Leandro: Gratidão e medo. Passamos por um mês turbulento quando descobrimos que o Caetano estava a caminho. Minha esposa acabara de perder o irmão e a família estava em luto, uma semana após o ocorrido descobrimos que ele estava chegando. Foi um momento de muita gratidão, na hora certa pra trazer a alegria que estávamos precisando. Já o medo veio por dúvidas se seria um bom pai, pois na época trabalhava em agência de propaganda e meus horários não eram muito compatíveis com momentos em família então tinha muito medo de não conseguir ter tempo pra ele e de deixar a desejar de alguma forma.

Conte como foi o processo de adaptação e preparativos para a chegada do bebê.

Fábio: Marinheiros de primeira viagem, né? Cursos de auxílio, livros, palestras, mas na prática tudo é bem diferente. As situações que são impostas, fazem a gente ter que se virar no instinto muitas vezes. No nosso caso, o nascimento do Arthur não foi das chegadas mais tranquilas pelo fato de ter sido um pouco antes do previsto, mas mesmo diante de todos os desafios, tudo correu muito bem.

Leandro: Confesso que foi bem gostoso o período de preparativos. Decorar o quarto, fazer os cursos de pais, conversar com a doula: tudo foi muito tranquilo e trouxe conforto. Conforme ia passando os meses a  expectativa aumentava e a gente ia aprendendo cada vez mais. Nesse período,o livro personalizado Primeiro Diário de Disney Baby também ajudou bastante, pois trouxe muito conhecimento dos primeiros meses que viriam. Acabei perdendo meu escritório: no lugar do computador e da escrivaninha entraram um berço e a decoração de animais.

Como foi segurar seu filho pela primeira vez?

Fábio: Levou exatos 12 dias desde que ele nasceu até eu ter essa sensação. Imagina a expectativa! Chegado o momento, ele se acomodou no meu colo e lá ficamos por 2 horas batendo longos papos (e fazendo o canguru), ali foi a confirmação de que cuidar do Arthur, era o maior propósito da minha vida.

Leandro: Está aí algo que eu não conseguiria explicar. Me lembro de chorar igual uma criança na sala do parto, até mais que o bebê que havia acabado de nascer. Precisou uma enfermeira ficar do meu lado pra ver se eu me recuperava rápido. Mas foi mágico! Um momento muito marcante foi quando a mãozinha dele agarrou meu dedo. Aquilo me fez sentir um amor tão grande que nunca havia sentido antes.

Como foi organizar a rotina de trabalho e tarefas da casa após a chegada do bebê?

Fábio: Minhas avaliações de desempenho não eram das melhores naquela época. Virou tudo de cabeça pra baixo e acho importante aqui não romantizar, porque minha esposa estava sobrecarregada, estávamos sem dormir, aprendendo na marra um monte de coisa, tinha as demandas do trabalho que exigiam bastante.. De modo geral, foi um processo de aprendizado: saber dividir as tarefas, lidar com o cansaço e todas as mudanças que tivemos nas nossas vida.

Leandro: O primeiro mês foi tranquilo, um recém nascido dorme muito, a partir do segundo mês ficou mais tenso, a gente revezava algumas noites e durante o dia ia conciliando com as tarefas do trabalho. Foram alguns meses sem dormir, mas depois foi ficando mais tranquilo.

O que ninguém te contou sobre a paternidade?

Fábio: Me contaram muito pouco ou quase nada. Não me falaram que por mais que faço, tem sempre uma sensação de culpa que me acompanha. Não me falaram que a minhas emoções seriam levadas ao limite (várias vezes ao dia) ou que ia ser tão cansativo.

Leandro: Que a vida parece passar em câmera lenta, cada momento parece ter mais valor. Nada fica tão bom se não pode compartilhar com seu filho. É tipo você ir em um restaurante e pensar, “poxa seria legal se o Caetano estivesse aqui comigo”. O medo também aumenta: medo de instabilidade, medo de morrer e não ver ele crescer. Você se preocupa com tudo, se ele chora ou se ele tá quietinho. Tudo isso são coisas que surgiram e ninguém me contou o que aconteceria.

Como a paternidade mudou sua forma de enxergar o mundo?

Fábio: Me tornei muito mais sensível com as coisas que acontecem no mundo. Tento me blindar um pouco de notícias ruins, tento cuidar mais da mente. Preciso estar bem para meu filho e minha esposa.

Leandro: Acho que é muito do que citei na pergunta anterior: você valoriza mais os momentos com a família, com o filho. Um exemplo disso é que eu dou banho nele todos os dias. Quando não estou em casa e não consigo ter esse momento com ele, parece que o dia fica triste e sem cor. Além disso, você tem mais cuidado, procura ser mais exemplo, até a forma de enxergar as coisas do dia dia muda, eu mesmo olho pro gramado do meu quintal e vejo uma fazendinha ou um campinho de futebol pra ele se divertir.

Para você, o que é ser pai na vida real?

Fábio: É assumir mil responsabilidades, e ser grato por poder realizá-las, porque tem uma pessoinha muito especial que depende disso.

Leandro: É ser responsável, ser presente, ser exemplo, se orgulhar de cada evolução do seu pequeno. Hoje, por exemplo, ele ficou na posição de engatinhar pela primeira vez e eu tô tão orgulhoso dele! Acho que ser pai é querer fazer e ser o melhor a cada dia.

Dia dos Pais dentro da história e nos cinemas

O segundo domingo de agosto é marcado pela comemoração do Dia dos Pais, que celebra a jornada repleta de afeto, cuidado e aprendizado compartilhada por pais e filhos.

No livro personalizado “O Papai faz o impossível virar algo Incrível”, 1, 2 ou até mesmo 3 filhos podem entrar na história junto com o papai para viver aventuras e momentos inesquecíveis, além de se divertirem com as atividades e brincadeiras que completam esse presente para a vida toda. Para conhecer a história completa, basta clicar aqui.

Não é só nos livros que a relação entre pais e filhos é protagonista: no dia 11 de agosto de 2022 chega aos cinemas de todo o Brasil o filme Papai é Pop, inspirado no livro escrito por Marcos Piangers. O longa, estrelado por Lázaro Ramos, apresenta as descobertas e as alegrias da paternidade, confira o trailer: