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Crítica | Frevo Michiles

Crítica | Frevo Michiles

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Pernambuco, região nordestina na qual orgulhosamente faço parte, é uma região de uma cultura rica e vibrante, sendo um verdadeiro caldeirão de influências culturais que refletem a história complexa do estado e a diversidade de seu povo. Com uma personalidade “arretada” que destaca sua força, resiliência e criatividade, eles têm contribuído significativamente para a cultura brasileira, quiçá do mundo. O que seria do Brasil sem o Nordeste e sem Pernambuco? Somos um povo alegre, hospitaleiro, mas, acima de tudo, profundamente artístico. Espalhamos cultura, poesia, narrativa, imagem e som como ninguém. Pernambuco é conhecido por suas manifestações artísticas e musicais únicas. A cultura pernambucana é uma celebração da vida, da música, da dança e da arte. Ela pulsa com a energia de um povo que sabe como se expressar e celebrar sua identidade.

O frevo, um gênero musical e uma dança enérgica, é uma das marcas registradas do estado, por meio dela carregamos paixão, euforia e vitalidade. O frevo é uma celebração da alegria, destaque durante o Carnaval, quando Recife e Olinda se enchem de cores, música, dança e muita felicidade. Nesse contexto, apresenta-se “Frevo Michiles”, um documentário intimista que se dedica a narrar a abrangente obra de Michiles e seus frevos carnavalescos. O filme destaca a originalidade poética de suas letras, a potência de suas melodias e ressalta nuances sutis de sua personalidade.

Este documentário, que aborda a história do mestre e gênio J. Michiles, provocou em mim uma série de reflexões que, sinceramente, não sei se consigo expressar completamente em palavras. É um filme que discute algo que venho mencionando há muito tempo: o impacto profundo que a arte exerce sobre nossas vidas. Somos intrínsecos à arte, vivemos por meio dela, e é isso que torna a existência humana tão fascinante. A arte evoca nosso instinto mais primitivo, somos feitos para nos expressar por meio dela, afinal, a arte é tão antiga quanto o homem. Portanto, não é exagero algum dizer que a Arte é uma necessidade humana. Michiles, de certa forma, compreendeu isso plenamente, como evidenciado em suas próprias palavras: “Eu durmo pensando em música, acordo pensando em música, janto e almoço pensando em música”. Se isso não é a arte tocando profundamente a alma humana e estabelecendo uma conexão íntima com ela, então, sinceramente, não sei o que é.

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É notável que, ao mesmo tempo em que o documentário aborda o profundo amor de Michiles pela música e pela energia do Frevo, Helder também destaca sua própria paixão pelo cinema. Não de forma metalinguística, como estamos acostumados, mas sim na maneira como ele registra esses relatos autênticos. Helder desempenha o papel de um cronista do tempo, seja ao reviver o passado por meio das belas histórias narradas ou ao capturar com cautela o presente através de sua câmera. Helder demonstra sinceridade e paixão em seu olhar cinematográfico. A filha de Michiles (Michelle) revela que costumava flagrar seu pai contemplando as ruas do Recife, as vielas e as passarelas, como se a simples observação fosse sua fonte de inspiração para criar as mais belas poesias. Essa abordagem não difere muito do que Helder Lopes faz ao observar as pessoas em seu filme: ele contempla cada momento com a câmera, ouve com atenção as histórias como se fosse uma criança com os olhos brilhando. A câmera mergulha nas músicas, explorando cada detalhe dos instrumentos, acompanhando cada movimento dos músicos, como se, ao observá-los, aprendesse algo valioso, mesmo que seja apenas a apreciação ainda mais profunda da arte.

“Frevo Michiles” me proporcionou uma experiência transcendental. Sentado em minha cadeira, fui transportado para toda a atmosfera do Recife, capaz de contemplar o passado e aspirar ao futuro. Como um nordestino genuíno, criado e forjado na cultura local, cresci imerso nas histórias artísticas e carnavalescas compartilhadas por meus avós, tios e pais. Vivo, respiro e nutro um profundo amor por nossa herança cultural. Sinto-me profundamente conectado a ela, e ao assistir “Frevo Michiles” experimento um elo direto com os realizadores, como se Michiles e Helder estivessem pessoalmente me envolvendo e proclamando: “Isso é nosso!”. “Frevo Michiles” é uma obra que pertence a cada cidadão de Pernambuco, um filme capaz de nos encher de orgulho em relação à nossa cultura notavelmente poderosa, que ultrapassa os limites dos quatro cantos.



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