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Desde 1558, quando a moeda portuguesa passou a circular aqui no Brasil, já tivemos nove moedas, algumas delas bem duradouras (como os réis), outras muito efêmeras (como o cruzado novo). Vamos conhecer todas as moedas brasileiras?
1. Réis (século XVI até 1942)
O nome “réis” vem de real, moeda usada por Portugal no início da colonização. Oficialmente, a moeda portuguesa passou a circular no Brasil em 1568. A primeira vez em que se utilizou “réis” num documento foi em 1575, apesar da moeda só ter sido oficializada em 1645. A partir daí, a moeda brasileira passou a se chamar “réis”.
Uma data importante nesse período foi a criação da Casa da Moeda do Brasil, em 1694. Até então, todo dinheiro que circulou em terras brasileiras vinha de fora. Com a primeira Casa da Moeda, que ficava em Salvador, a moeda em circulação no Brasil passou a ser cunhada aqui mesmo.
Havia as moedas de prata de 20 a 640 réis (chamadas de patacas) e as de ouro (bem mais valiosas). As moedas dessa série foram as que circularam por mais tempo em toda a história do Brasil: 139 anos. A mais valiosa era a de 4 mil réis.
Entre 1724 e 1727, no auge do chamado Ciclo do Ouro, circularam moedas de ouro chamadas de dobrões. Uma das moedas de ouro mais pesadas do mundo foi feita nessa época: estamos falando do dobrão de 20 mil réis, que pesava 53,78 g. A título de comparação, uma moeda atual de R$ 1,00 pesa 7 g.
Só em 1810, após a criação do Banco do Brasil, são emitidos os primeiros bilhetes bancários, precursores do papel-moeda. Em vez de sair por aí carregando ouro, bem melhor e mais seguro andar com uma nota no bolso, não é mesmo?
Com a República, em 1899, o sistema monetário continuou o mesmo. O padrão da época eram os mil-réis, que eram múltiplos da antiga moeda. Um conto de réis, por exemplo, equivalia a um milhão de réis daqueles usados nos tempos do império.
2. Cruzeiro (1942-1967)
Com a intenção de controlar a inflação, a moeda oficial brasileira mudou em 1942, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. Foi a primeira vez na história do Brasil que isso aconteceu. Só para se ter uma ideia, um cruzeiro (Cr$ 1) equivalia a mil réis (Rs 1$000). Com a criação do cruzeiro, foram introduzidos os centavos, tornando mais fácil a vida de compradores e vendedores.
Desde 1922 que não se faziam mais moedas de ouro no Brasil, devido ao alto custo do metal. As moedas de cruzeiro eram feitas de bronze-alumínio.
3. Cruzeiro Novo (1967-1970)
Pouco mais de duas décadas depois, já na ditadura militar, o Brasil trocou de moeda novamente. O cruzeiro novo entrou em vigor em fevereiro de 1967, durante o governo do marechal Castello Branco. Outra vez, a troca da moeda foi motivada para controle da inflação.
Um dado curioso sobre esse período da nossa história monetária é que não chegaram a ser produzidas cédulas de cruzeiro novo. O que se fez foi carimbar as cédulas de cruzeiro que já eram usadas. Essa moeda teve caráter transitório e só durou enquanto as novas cédulas de cruzeiro não ficavam prontas. Houve corte de três zeros: mil cruzeiros equivaliam a um cruzado novo.
4. Cruzeiro (1970-1986)
Feita a transição, a nossa moeda voltou a se chamar cruzeiro em 1970, durante o governo Médici. O valor do cruzeiro era exatamente o mesmo do cruzeiro novo. As primeiras cédulas emitidas foram de 1, 5, 10, 50 e 100. Anos mais tarde, à medida que a moeda foi perdendo valor, notas maiores começaram a ser emitidas. Até o fim do período de vigência do cruzeiro, foram emitidas notas de 10 mil, 50 mil e até 100 mil.
Um dado curioso é que foi feito um concurso para escolher o design das novas cédulas de cruzeiro. O vencedor foi o designer Aloísio Magalhães, que inovou ao criar cédulas de tamanhos diferentes (quanto maior o valor, maior o tamanho da nota).
5. Cruzado (1986-1989)
Durante os primeiros meses de vigência da nova moeda, as notas do antigo cruzeiro foram carimbadas. Devido à inflação que vinha desde 1980, foram cortados três zeros da moeda.
As novas cédulas seguiram o mesmo modelo das anteriores. A nota de 100 mil cruzeiros, por exemplo, tornou-se a nota de mil cruzados. Foram mantidos a imagem do ex-presidente Juscelino Kubitschek e os três prédios públicos de Brasília no anverso (incluindo o Palácio da Alvorada).
6. Cruzado Novo (1989-1990)
Os anos 80 ficaram marcados economicamente como um período de enorme inflação. E isso pode ser visto nessa instabilidade monetária. Apenas três anos após a criação do cruzado, novamente houve a necessidade de se criar um novo padrão monetário. Novamente, foram cortados três zeros: ou seja, a unidade do cruzado novo equivalia a mil cruzados.
Mais uma vez, a troca foi rápida, e foi preciso lançar mãos dos velhos carimbos para marcar as velhas notas com os novos valores. Após algum tempo, foram emitidas novas cédulas e moedas.
7. Cruzeiro (1990-1993)
Pela terceira vez na história, o padrão monetário brasileiro voltou a se chamar cruzeiro. Quando a moeda passou a valer, em março de 1990, já sob o governo Collor, um cruzeiro equivalia a um cruzado novo. No início, enquanto o novo dinheiro não ficava pronto, cédulas de cruzados novos foram adaptadas para a nova designação com o uso de carimbos.
Mas nessa época havia a hiperinflação, que atormentava a vida dos brasileiros. A cada dia, o dinheiro valia menos. Em pouco tempo moedinhas de um cruzeiro tornaram-se objetos sem valor. E foi preciso emitir notas cada vez maiores: 1.000, 5.000, 10.000…
A nota mais alta emitida nessa época foi a de 500 mil cruzeiros (Cr$ 500.000). Aliás, essa foi a nota de maior valor já emitida em toda a história do Brasil.
8. Cruzeiro Real (1993-1994)
O novo padrão monetário (CR$) passou a vigorar no governo Itamar Franco. E durou pouquíssimo tempo. Com o cruzeiro real, foram cortados três zeros da moeda. Assim, a nota de 500 mil cruzeiros passou a valer 500 cruzeiros reais. Novamente, foi utilizado o carimbo no período de transição.
9. Real (1994-hoje)
Em 1º de julho de 1994, a nova moeda passava a ser o real. Desta vez, não houve aproveitamento das cédulas antigas através do uso de carimbos. O dinheiro antigo saiu de circulação para dar lugar ao novo. A unidade do real equivalia a CR$ 2.750,00.
A hiperinflação, que se arrastava desde os anos 80, era um verdadeiro martírio para o povo brasileiro. O Plano Real, articulado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, veio dar um ponto final nisso, trazendo estabilidade à moeda.
As cédulas deixaram de homenagear personalidades ou tipos regionais e passaram a fazer referência a animais da fauna brasileira. Vejamos quais são eles:
- R$ 1: beija-flor. Deixou de ser fabricada em 2005.
- R$ 2: tartaruga-marinha. Começou a ser produzida em 2001.
- R$ 5: garça.
- R$ 10: arara-vermelha.
- R$ 20: mico-leão-dourado. Passou a circular em 2005.
- R$ 50: onça-pintada.
- R$ 100: garoupa.
Em agosto de 2020, passou a ser emitida a nota de R$ 200, com a imagem de um lobo-guará.
Apesar de ser uma moeda relativamente recente, o real já tem algumas edições de moedas valiosas. Não chegam a ser consideradas raras, pois ainda há algumas em circulação. Mas devido a sua tiragem limitada elas já valem muitas vezes o seu valor facial. Um exemplo disso é a série de moedas comemorativas das Olimpíadas de 2016.