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5 atitudes que podem fazer o gato quebrar o vínculo que tem com você

5 atitudes que podem fazer o gato quebrar o vínculo que tem com você


Fortalecer o vínculo com um gato não é uma tarefa difícil. No entanto, quebrar esse vínculo pode ser incrivelmente fácil se você não souber como cuidar do seu amigo do jeito certo, ou se você não entender os limites que o pet estabelece no dia a dia. Para entender melhor sobre o assunto, a médica veterinária Julyenne Frasnelli, que é especializada em comportamento felino, destacou abaixo 5 atitudes que podem fazer seu gatinho se afastar de você!

1) Assustar um gato com pepino ou qualquer outro objeto de “brincadeira”

Vários vídeos na internet mostram que o gato tem medo de pepino e, mesmo sabendo disso, muita gente ainda insiste em reproduzir esse tipo de “brincadeira” com o pet. No entanto, esse é um grande motivo para o gatinho nunca mais querer chegar perto de você.

“Como os felinos são mesopredadores (predadores e também presas), eles costumam observar muito o ambiente, porque também são territoriais e depositam confiança nas pessoas e nos animais que convivem com eles, criando um vínculo muito forte. Qualquer coisa que aconteça no ambiente do gato, que fuja de sua previsibilidade e ocasione susto, coloca o felino em estado de alerta”, esclarece a médica veterinária.

O grande problema é que esses pequenos sustos, principalmente quando são propositais, acabam fazendo com que o animal deixe de confiar naquela pessoa, ainda mais se for o tutor dele. “Infelizmente algumas pessoas tentam fazer esse tipo de crueldade (porque não é uma simples brincadeira) que coloca o felino em extremo alerta e susto em um ambiente onde só tem quem ele confia, e isso quebra o vínculo que aquele felino estabeleceu durante muito tempo. O resultado disso é a quebra de confiança na pessoa que faz”, explica a dra. Julyenne.

Além disso, a especialista alerta que esse tipo de situação e estresse deflagra muito cortisol no organismo do animal. Consequentemente, isso pode, inclusive, gerar doenças clínicas concomitantes, então é algo que vai muito além de um gato estressado e sem confiar no tutor.

2) Dar banho em gato sem necessidade

O banho em gato está longe de ser algo indispensável na rotina felina como acontece com os cães. “Os gatos normalmente se lambem três vezes ao dia para manter o seu odor natural (necessário à sobrevivência e bem-estar), e sua língua que é áspera (parece uma escovinha) tem toda a estrutura para um banho e escovação perfeitos, por isso o gato é limpo por si só”, justifica a especialista.

Além do fato de muitos gatinhos não gostarem do contato com a água, forçar um banho pode ser super estressante para esses animais. “Quando interferimos nisso, proporcionamos MUITO desconforto, pois retiramos o odor natural dos felinos causando mal estar. O gato correlaciona aquele momento disfórico e ruim a pessoa que o levou para passar por isso.”

Por esses motivos, nunca pense em dar banho em gato por uma mera questão estética. Até existem casos de doenças e problemas de pele em que o animal pode precisar de um banho terapêutico, mas tudo isso deve ser previamente orientado por um médico veterinário especialista em gatos que seja da confiança.

3) Tirar o gato de casa contra a vontade dele

Antes de tudo, é importante ter em mente que os gatos precisam ter controlabilidade e previsibilidade em seu ambiente. Quando os gatos são expostos a ambientes externos contra a vontade deles e sem uma grande necessidade — como ir ao veterinário —, isso pode acabar influenciando na relação que eles têm com o dono.

Um exemplo disso é levar o animal para fazer banho e tosa em um pet shop, porque isso reúne duas coisas que os gatos odeiam: tomar banho e sair de casa. Conforme Julyenne aponta, há vários relatos de gatos que até morrem em banho e tosa, fora os que brigam e nunca mais se dão bem quando voltam para casa pela quebra de coesão de grupo. Nesses casos, o gato não apenas quebra o vínculo com todos da casa, como também começa a se sentir mal com ele mesmo.

“Tudo isso pode desencadear doenças clínicas e comportamentais devido a cortisolemia (excesso de cortisol deflagrado constantemente) à toa, fora todo o desconforto em casa. Eu tenho vários pacientes que nunca mais se deram bem com os demais gatos em casa devido a esse manejo”, alerta.

gato estressado ao receber carinho
Fazer carinho no gato no momento errado pode, aos poucos, quebrar o vínculo com o pet

4) Forçar contato com o gato nas horas erradas

Gatos são animais que prezam pela privacidade e espaço deles. Embora existam gatos carinhosos e que gostem de receber atenção, não é todo o tempo que ele vai estar receptivo a esse tipo de cuidado. Por isso, é importante entender os limites e os horários certos de interagir com o seu animal de estimação.

Sobre o assunto, a médica veterinária orienta: “Trabalhamos muito com estruturação diária, que resumidamente é manejar a casa, incluindo nossos afazeres e dos gatos de forma clara e constante, seguindo técnicas MEMO (modificações ambientais multimodais) para deixar o ambiente seguro para os gatos e confortáveis para nós”.

Para completar, ela acrescenta: “Seguindo isso, quando os gatos delimitam o local que estão, o que fazem em cada local, eles criam uma rotina certinha todos os dias e os humanos percebem isso. Respeitar esses momentos que o gato procura a “caixa do nada” pra dormir, se lamber e se sentir seguro é o maior ato de amor que podemos oferecer aos felinos. Quando interferimos nisso, forçando as coisas, o gato fica cismado com a gente e procura evitar se aproximar, porque sempre passamos do limite estabelecido por eles”.

5) Ataques de ‘felícia’

Felícia é uma personagem dos desenhos animados que é apaixonada por animais, e que acaba ‘sufocando’ os pets por causa dos seus ataques de carinhos excessivos. Ela gosta de esmagar e apertar qualquer coisa fofinha, mesmo que essa coisa seja um outro ser vivo que pode se sentir bastante incomodado com  isso, como é o caso dos gatos.

“Um exemplo clássico são os tutores ‘felícias’ que não respeitam muito o gato quando ele está dormindo, mas isso para a maioria dos gatos é uma afronta porque o humano não respeitou seu espaço. Então o gato tende a ficar mais longe desse tipo de interação. Quantas pessoas já ouvi dizendo: meu gato mal sobe no meu colo, mas basta chegar alguém de fora que ele se derrete, eu que dou tudo pra ele e ele prefere os outros. Repare se, na visão do gato, as interações não estão demais”, conta.

Como melhorar o vínculo com seu pet? Confira algumas dicas!

A dra. Julyenne explica que uma das melhores maneiras de ganhar a confiança de um gato é deixar o animal iniciar as interações, e se mostrar à disposição do animal. Essa seria uma ótima maneira de fortalecer o vínculo afetivo com o pet e mostrar que você pode ser um contato seguro para ele.

Por outro lado, a médica veterinária revela: “Nunca tente brincar, acariciar, pegar no colo quando o gato está no momento dele, pois nesse momento (que normalmente corresponde a 60% do dia do gato), ele deita, descansa, toma seu banho, observa seu ambiente e normalmente faz isso sozinho. Então deixa ele lá todo soberano, depois, quando ele buscar interações vc aproveita. Vai ver que os gatos vão ficar mais próximos ainda. Amem os gatos antes de tudo”.



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